RUDOLFO LAGO

Ninguém descobriu nada no 22 de abril. Mas somos o que somos - para o bem e para o mal - porque aquele grupo de portugueses por aqui chegou e por aqui se estabeleceu.

O caso do adolescente que teve a testa tatuada por supostamente tentar roubar uma bicicleta é um dos acontecimentos que acontecem fora do mundo das togas e dos ambientes refrigerados dos tribunais superiores. Impossível deixar de lembrar que ambos fazem parte do mesmo país.

Alguns vêm tentando vincular o nazismo de Adolf Hitler ao comunismo. Independentemente do que se pense sobre uma ideologia ou outra, é preciso dizer que não há a menor relação entre eles.

Esteja ou não no páreo, será impossível ignorar Lula nas eleições de 2018. Afinal, é em volta dele que a disputa se polariza.

O que torna toda a questão ainda mais complicada é que a própria Justiça tem responsabilidade na produção de um tempo em que a sua ação tornou-se mais politizada

As redes sociais estão cheias de gente que enxergou o ex-presidente Lula jantar o juiz Sergio Moro. E vice-versa. Mas, no fundo, o clássico LulaXMoro em Curitiba foi um insosso zero a zero.

Pesquisa do Datafolha ensaia uma reversão da onda conservadora. Mas também indica para 2018 uma eleição desencantada e imprevisível.

As reações petistas estão recheadas de cobrança à lealdade do ex-ministro, chamado de “canalha” e outros adjetivos ainda piores. Se o que Palocci vai contando confere, não cabe cobrar tal lealdade. Seria algo próximo à “omertá” da máfia.

Temer tentará de tudo para que não se repita com ele o que aconteceu com Sarney na eleição de 1989