A culinária italiana é uma das mais praticadas mundo afora. Não é diferente no Brasil. A pizza é uma instituição de domingo à noite. A lasanha, um preparo festejado pelas famílias. Gnocchi então, nem se fala, todo mês tem data para ser apreciado. E os risotos, que a cada dia ganham mais apreciadores. Com tanta variedade, vem a pergunta: que vinho combinar com cada prato. Veja, a seguir, algumas dicas de estilos de vinhos para a cozinha italiana.
O arroz e as massas
Massas e arroz são produtos à base de amido. Eles são neutros, combinam com vinhos brancos e tintos. O que determina a cor do vinho que acompanhará uma pizza, por exemplo, é a cobertura. O mesmo vale para as massas e risotos. O molho e os ingredientes que compõem a receita dirão que vinho é o melhor para escoltar o prato.
Sugestões:
Antepastos – caponata; azeitonas temperadas; sardella; alichella; vegetais em vinagre; vegetais e cogumelos em azeite; frios e queijos – Espumantes de boa estrutura, inclusive rosados e demi-sec, Lambrusco tinto, vinhos rosados, tintos leves e frescos (Valpolicella, Pinot Noir, Merlot, Barbera, entre outros).
Pizzas leves – de muçarela; margherita; atum; abobrinhas; escarola; peito de peru; palmito; aliche – Vinhos brancos frescos e de boa estrutura (Sauvignon, brancos alentejanos, italianos do sul), vinhos rosados, no máximo tintos leves e frutados.
Pizzas estruturadas – portuguesa; cogumelos frescos; calabresa; gorgonzola; quatro queijos; salame peperoni; pimentões. Tintos frescos para as primeiras e tintos de média estrutura para os demais (Malbec, Merlot, tintos do Alentejo, espanhóis de Crianza, Pinot Noir, Chianti Clássico).
Massas, gnocchi e polenta – com molho al pesto de manjericão; de tomate fresco e muçarela de búfala; carbonara; com brócolis e camarões; com vôngoles; com frutos do mar; molho à putanesca; ao alho e óleo; com bottarga – Vinhos brancos frescos para o pesto; brancos com mais estrutura e passagem por barricas para os pratos com tomate, o carbonara, o putanesca e os frutos do mar; rosados para a bottarga e alho e óleo.
Massas, gnocchi e polenta – com funghi; filé e funghi; amatriciana; com frango ao molho; ao ragu de carne (bolonhesa), de pato e cordeiro; aos quatro queijos ou gorgonzola – Tintos de média estrutura para os primeiros preparos e mais robustos para os demais (Carménère, Cabernet Sauvignon, Supertoscano, Brunello, Bordeaux).
Risotos – de legumes; brie e aspargos; com pesto e camarões; vieiras; frutos do mar – Brancos embarricados, com boa estrutura e frescor.
Risotos – de funghi; linguiça; del contadino (feijão, presunto, linguiça); com vinho tinto e presunto cru – Tintos de média estrutura ou estruturados (Barolo, Amarone, Negroamaro, Pinot da Borgonha, tinto do Douro e Dão).
Carnes – Porchetta alla Romana; Bistecca alla Fiorentina; Saltimbocca alla Romana; Abbachio alla Romana (cordeiro) – Brancos frescos e de boa estrutura para porchetta, tintos de média estrutura e estruturados para as demais carnes.
Doces – Panna Cotta com calda de frutas; cantucci; zabaglione; bonet (pudim de café e chocolate), tiramissù. Late Harvest, Vin Santo, Sauternes, Moscatel, Porto Tawny, Banyuls
- João Alexandre é jornalista, cozinheiro e sommelier