Qual das Casas Legislativas deve ser a prioridade dos partidos e dos candidatos nas eleições parlamentares de 2018? No partido mais afetado pela Lava Jato, o PT, este debate e avaliação está sendo feito há meses.
O ex-presidente Lula já tem uma posição e tenta convencer o partido a dar preferência pela Câmara. Os petistas elegeram 91 deputados em 2002, quando Lula foi eleito presidente pela primeira vez. Sua bancada caiu para 68 na eleição de 2014 e hoje sua bancada é de 58. A tendência é que caia, caso não tenha puxadores de voto nos estados.
(As bancadas eleitas pelo PT foram: 1998, 59; 2002, 91; 2006, 83; 2010, 86; e, 2014, 68.)
SENADO
Em função de uma decisão que dê preferência à Câmara, à exceção de Jorge Viana (AC) e Paulo Paim (RS), Lula gostaria que os demais senadores sejam candidatos à Câmara. Isso se aplica a Humberto Costa (PE), Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ) e Regina Souza (PI). O petista prefere também que o vereador Eduardo Suplicy (SP) concorra à Câmara e não ao Senado.
Nessa equação só não se enquadra José Pimentel (CE), que teria a máquina do governo estadual a seu favor. Mas ele está sendo torpedeado pelo deputado José Guimarães, que quer a vaga. Outro estado petista, Minas de Fernando Pimentel, também pode apostar numa candidatura ao Senado. Com a debacle de Aécio Neves (PSDB), Pimentel quer a ex-presidente Dilma Rousseff disputando o Senado. A ex-presidente também tem proposta da sua ex-ministra e senadora Katia Abreu para concorrer em Tocantins.
TEMER
O PMDB também começou a se preparar, mudando de atitude depois que a Lava Jato engolfou o presidente Michel Temer. O ex-líder do PMDB Renan Calheiros jogou Temer ao mar. Renan concorre à reeleição e acontece que, nas suas pesquisas, 90% dos alagoanos quer que ele faça oposição a Temer.
Não é à toa que o senador Cássio Cunha Lima, vice-presidente do PSDB, dá declarações defendendo que os tucanos saiam do governo. Candidato a presidente, o governador Geraldo Alckmin (SP) faz o mesmo. Cada vez é maior o número daqueles que querem distância do atual governo. Um integrante do PMDB, baseado em pesquisas locais, relatou que a senadora comunista Vanessa Grazziotin (AM) voltou a ser competitiva depois que Temer entrou na máquina que lava a jato.