O nome preferido de Ciro Gomes para ser seu vice é o do empresário Benjamin Steinbruch. Além de sacramentar uma aliança com o PP – um partido com boa bancada, apoios regionais e tempo razoável na TV -, Steinbruch cumpriria junto ao candidato do PDT papel semelhante ao de José Alencar na primeira eleição de Lula: traz o aval de parte do PIB a um hipotético governo Ciro.
Esse ponto é considerado fundamental pelos estrategistas da campanha do pedetista, já que Ciro é visto com desconfiança pelo mercado e por parte do empresariado -sentimento que ficou claro nas vaias que recebeu semana passada na CNI. Nada demais. Mas a partir dali a opção Steinbruch ficou fortalecida.
Ciro é amigo do presidente da CSN e trabalhou com ele na Transnordestina. É considerado um empresário de visão mais desenvolvimentista, com sensibilidade social e defensor da ação do Estado como indutor do desenvolvimento.
Não por acaso, em seu artigo quinzenal na Folha, nesta terça, Steinbruch disse que a austeridade fiscal, por si só, não leva automaticamente à expansão da economia. É tudo o que um candidato de centro-esquerda gostaria de ouvir de um empresário: “Há anos batemos nessa tecla de que a prioridade número um do país deve ser a promoção do crescimento com a criação de empregos. Espanta a frieza de autoridades publicas e formadores de opinião, que pouco se lixam com essa causa e simplesmente chamam de populistas aqueles que tentam sensibilizar a nação para a gravidade do problema”, escreve ele.
Apesar de Ciro e Steinbruch estarem prontos para o casamento, ele ainda dele de dos acertos finais do PDT com o PP e, sobretudo, com o PSB. Para ter o apoio emblemático dos socialistas, bem mais vistoso do que o dos pepistas, é possível que Cirotenha que lhes oferecer a vice. O nome citado tem sido o do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda, hoje pré-candidato ao governo de Minas. Ele também é bastante próximo de Ciro, com quem já trabalhou em Brasília.
Até por isso, dizem os defensores da escolha de Steinbruch, não seria difícil um acordo com o PSB sem necessariamente dar a vice ao partido. Lacerda, em qualuer circunstância, seria nome certo no Ministério de num hipotético governo Ciro Gomes. Há, porém, outros nomes no bolso do PSB, e se essa condição – a vice – for colocada na mesa, não há, por parte do PDT, como recusar.