Terminou com uma foto dos poderes da República sorridentes e um elogio do presidente do Senado, Renan Calheiros, ao caráter exemplar da presidente do STF, Cármen Lúcia, a pseudocrise institucional da semana. Graças aos esforços de Michel Temer, que ainda conseguiu fazer Renan cumprimentar seu ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
Renan se acalmou porque tinha que se acalmar, sobretudo depois que o ministro do STF Teori Zavascki lhe deu razão – no mérito, e não na forma – ao suspender liminarmente a operação Métis na primeira instância e pedir sua remessa ao Supremo.
Nada disso quer dizer, porém, que os problemas acabaram- ou sequer que tenha sido celebrada uma trégua entre o Congresso e o Judiciário. Pelo simples fato de que a Lava Jato continua e que, mais dia, menos dia, o Supremo pode transformar Renan Calheiros e muitos outros mais em réus. E o novo confronto virá, inevitavelmente.
O novo capítulo da crise é, portanto, uma questão de tempo. O máximo que o Planalto e as cúpulas do Legislativo e do Judiciário podem fazer é trabalhar com ele, tentando jogar o próximo round para o ano que vem. Nesse sentido, é possível que alguém peça vista e interrompa esta semana o julgamento da ação que prevê o afastamento de um presidente do Senado que tiver contra ele acolhida uma denúncia. Ou então que o julgamento da ação que está mais adiantada contra Renan – aquela que o acusa de pagar uma pensão com recursos da Mendes Junior – só seja marcado para o fim do ano, às vésperas do recesso. Nesse caso, quando vier a ordem de afastamento do presidente do Senado, seu mandato de dois anos na função, que só vai até o fim de janeiro, estará no fim e a coisa fica menos traumática.