ANDREI MEIRELES

A busca de mais uma narrativa divorciada da realidade serve apenas para consumo interno. Ao endossá-la, o partido entrou numa encruzilhada da qual não sabe como sair.

Depois do aval à prisão de Lula, não dá mais para o STF enrolar. Ou julga Aécio, Collor, Sarney, Jucá, Lobão... Ou manda pro Moro.

Defensores de Lula, Temer e Aécio sentem o baque mas vão à luta para virar o jogo no Supremo ou no Congresso.

A revolta com um acordão pra salvar os caciques políticos encrencados na Lava Jato é geral. Cabe às instituições civis resolver o problema. Ao meter seu bedelho, o general Villas Boas trouxe comandantes de tropas para dentro da crise.

Depois de se impor como colegiado no Mensalão, tropeçar nos interesses e vaidade de seus ministros, o Supremo entrou em crise com os nomes de Lula, Aécio e Temer nas capas de processos.

Menos de 4 anos depois de receberem mais de 105 milhões de votos, uma proeza universal, Aécio e Dilma viraram cartas fora do baralho.

Como Hartung deu o bolo em Temer para não aparecer a seu lado no JN no dia em que seus parceiros de décadas foram presos pela PF.

A turma que se uniu para derrubar Dilma tenta se unir para vencer as eleições. Alckmin tenta ser a opção.

A encrenca em si é tão grande que inibe especular sobre as consequências de um liberou geral sem qualquer critério. Como sempre, vale o nome na capa do processo.