O jogo nos bastidores para reeleger Rodrigo Maia presidente da Câmara

Jarbas Vasconcelos com Rodrigo Maia e Roberto Freire.

Em uma campanha quase invisível, travada nos bastidores, Rodrigo Maia ganhou a pole position na corrida para a escolha, em fevereiro, do presidente da Câmara dos Deputados. Mais que os concorrentes, o maior obstáculo a Maia seria legal. Afinal, é proibida a reeleição na mesma legislatura.

Os articuladores da recondução de Rodrigo Maia deixaram no ar uma consulta à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para autorizar sua candidatura por ele estar exercendo um mandato tampão. Agora, há pareceres de que nem isso precisa.

Se precisar, quem se dispõe a apresentá-lo é o deputado Jarbas Vasconcelos, um dos políticos com mais credibilidade no Congresso. Jarbas está à disposição, mas entende que nem há necessidade disso.

Diz que são mandatos distintos, o do cassado Eduardo Cunha, e o tampão de Maia. Jarbas também aplaude a gestão do atual presidente da Câmara.

— Rodrigo tem sido um bom presidente, conduz bem a Casa, não tem patota. Em time que está ganhando, não tem porque mexer.

O que cacifa Rodrigo Maia?

Primeiro, ter mantido o apoio das forças que, de maneira surpreendente, o elegeram contra o favorito Centrão. As novas oposições o preferem a algum tucano ou líder do Centrão.

Segundo, está em alta sua avaliação no Palácio do Planalto. É a alternativa preferida do presidente Michel Temer. Temer tenta costurar uma rede de apoio a Maia, inclusive com Aécio Neves.

Terceiro, os tucanos, que reivindicam o cargo, estão divididos. O favorito no ninho é Antonio Imbassahy, com o apoio de Aécio Neves. É aí que mora o problema. Deputados ligados a Geraldo Alckmin e José Serra preferem uma alternativa diferente. Aécio pode unir o partido em torno de Rodrigo Maia, pondo na mesa as compensações prometidas por Michel Temer.

Quarto, para aonde vai o PMDB? Com bancada suficiente para entrar no páreo, o partido vai aguardar a evolução da campanha e vai votar de acordo com a orientação do Planalto. No horizonte de hoje, avaliam que Rodrigo Maia puxa a fila, mas que ainda não dá para descartar o Centrão. Os tucanos já são considerados cartas fora do baralho

A conferir.

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