A dança das cadeiras no Senado entre Renan, Eunicio e Romero Jucá

Romero Jucá e Eunício Oliveira

Na dança das cadeiras no Senado, o PMDB tem três nomes para dois assentos. Como legalmente não pode se reeleger, a partir de fevereiro, Renan Calheiros pretende se tornar líder do partido, posto chave nas negociações entre o governo e o Senado. Dois outros caciques, Eunicio Oliveira e Romero Jucá, querem se sentar na cadeira hoje ocupada por Renan na Presidência do Senado.

Eunicio se apresenta abertamente como candidato. Jucá age nos bastidores. Renan diz que isso é um processo de decantação que deve se prolongar até a escolha pela bancada do PMDB, véspera da eleição.

Entre os aliados de Eunicio, a expectativa era de que Jucá se contentaria com a cadeira de presidente do PMDB. No máximo, ele estaria buscando cacife para substituir Dyogo Oliveira, o interino que escalou para guardar sua vaga no Ministério do Planejamento.

Mas Jucá parece querer mais. Quem o defende diz que, na Operação Lava Jato, sua situação em nada difere da de Renan Calheiros, que continua a exercer a Presidência do Senado sem nenhum constrangimento.

Em busca de uma solução que satisfaça ao trio, uma nova e atraente cadeira começa a entrar no jogo: o Ministério da Justiça, comandado por Alexandre de Moraes, alvo constante de políticos do PMDB com forte influência no Palácio do Planalto.

Qual seria a jogada? Emplacar Renan na Justiça e abrir a vaga de líder pra Jucá, como uma etapa para futuramente ele assumir a presidência do Senado – chefia de poder que os caciques do PMDB parecem avaliar como vitalícia do partido.

Com a penca de inquéritos que responde na Lava Jato, Renan na Justiça? No PMDB há quem avalie que valha a pena correr esse risco. O líder Eunicio Oliveira, por exemplo, disse ao próprio Renan: “Você viraria um alvo ainda maior, mas também terá um canhão nas mãos”.

Será que o presidente Michel Temer toparia nomear Renan ministro da Justiça? Em seu entorno dizem que não, até porque ele não morre de amores por Renan.

Espanta a naturalidade com que essa possibilidade é aventada entre cardeais do PMDB. Parecem não ter aprendido uma das muitas lições de Ulysses Guimarães: “Não se deve fazer piquenique na cratera do vulcão”.

 

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