Doleiro de Cunha nega delação e aposta que operador entregue Renan Calheiros

Brasilia, 08.03.2006 - Lúcio Funaro, operador de fundo de pensão, durante depoimento a subrelatoria da CPMI dos Correios no Senado

Por mais que argumente, choramingue, apele, ameace, Eduardo Cunha só recebe notícia ruim: todo dia, ao passar das horas, sua situação se agrava, ele fica mais perto de perder o mandato, sua família mais próxima da prisão. Seus aliados o abandonam, virou um estorvo para todos.

Em meio a esse turbilhão, ele recebeu uma notícia boa: o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, preso, um histórico parceiro de Cunha, mandou avisar que não vai contratar o advogado Figueiredo Basto, especialista em delação premiada. E mais: diferente do que fez no Mensalão, Lúcio Funaro diz que agora não vai entregar ninguém.

Lúcio Funaro avalia que é fichinha na Operação Sepsis, da Polícia Federal. Segundo interlocutores dele, nesse caso ele é apenas um apêndice de um esquema em que a estrela principal é o lobista Milton Lira, tido e havido como operador do PMDB no Senado, em especial de Renan Calheiros. O fato de Lira não ter sido preso, sendo apenas alvo de busca e apreensão, acendeu uma luz de alerta no entorno de Funaro. Para eles, Lira, sim, poderia estar fazendo delação premiada.

De acordo com o ex-senador Delcídio Amaral, se Milton Lira abrir o jogo cai de uma vez só todos os cardeais do PMDB no Senado. A conferir.

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