A suspeita abertura total das empresas aéreas ao capital externo

Atualmente as empresas aéreas podem ter 20% de capital estrangeiro. O governo editou uma medida provisória aumentando esse percentual para 49%.

Mas aí apareceu um jabuti. E a Câmara acabou aprovando a abertura total, para 100%. Ou seja, empresas em crise, como a Gol do empresário Constantino de Oliveira Junior, o filho de Nenê Constantino, poderiam ser vendidas a empresas aéreas estrangeiras.

Há quem diga que até já havia interessadas.

O projeto foi ao Senado. E aí os 100% passaram a ser defendidos pelo núcleo duro do governo, a começar pelo ex-ministro da Aviação Civil Moreira Franco, atual secretário de Parcerias do Palácio do Planalto, e até pela Agência Nacional de Aviação Civil.

Ia tudo muito bem no Senado, com a aprovação quase garantida na terça-feira, 28.

Até que o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), ex-ministro das Minas e Energia do governo Dilma, entrou na liderança do PMDB denunciando ao líder, Eunício Oliveira (CE): “Tem treta nessa história. Estão dizendo que o Eduardo Cunha está por trás do jabuti na Câmara.” Logo a senadora Simone Tebet (PMDB-MS) aderiu e também se disse sem condições de votar o projeto.

Ou o governo voltava atrás, ou caía a MP como um todo. O líder do governo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), entrou na história e costurou um acordo: o Senado aprovava a medida provisória como veio da Câmara e o governo se comprometia a vetar os 100%. Voltaria a valer a regra dos 20% apenas.

Acordo fechado e agora vamos ver como age o governo. As ações da Gol caíram 8,7% na quinta-feira após a aprovação do projeto com este acordo.

Mas há quem diga que a história não vai parar por aí. No Senado o burburinho é grande.

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