Começou a briga pelo espólio de Lula. De uma pesquisa qualitativa que está guardada a sete chaves vazou uma informação valiosa: no Nordeste, em qualquer cidade, o ex-presidente arranca no mínimo de 50 por cento. Entretanto, agora vem a bomba: se não for candidato sua votação se dilui entre muitos, citando-se Luciano Huck, Marina Silva, João Doria, Ciro Gomes (mais ou menos nesta linha), mas, pasmem, para Jair Bolsonaro, em segundo lugar em muitos casos como herdeiro do capital eleitoral de seu arquiadversário.
Com essa notícia, o partido político Democratas (DEM) virou seu foco para o apresentador Luciano Huck, abandonando a hipótese de João Dória como cabeça de chapa para a presidência no ano que vem . Está correndo a chama como num rastilho inflamado, indo para o barril de pólvora.
A reviravolta do DEM paulista deixa o prefeito sem alternativa fora do PSDB, pois o antigo Partido da Frente Liberal decidiu que não abandonará a aliança com o partido de Geraldo Alckmin pela ilusão de uma aliança populista de tiro curto. Na avaliação das lideranças do DEM a imagem e a pré-candidatura do prefeito de São Paulo estão em fase de desidratação. Melhor apostar no apresentador da Rede Globo.
O grande chamariz para alternativa é que o resultado de uma pesquisa qualitativa realizada no Nordeste pode se repetir, em maior ou menor dose, nas demais regiões do País. Ao contrário das conclusões dos cientistas políticos em geral, se Lula sair do páreo não vai transferir votos. Lula é um candidato fortíssimo com sua própria cara. Entretanto não repetirá as façanhas de eleger postes, como um 2010 e 1014. Com isto derruba a tese de que inelegível ou preso será maior eleitor do que disputando diretamente
Fora da disputa, seu eleitorado dilui-se. A se confirmar, acende-se o farol vermelho na encruzilhada. Com isto, os partidos sem candidatos avançam sobre os nomes que estão na praça, como Huck que, segundo se diz, tem 45 milhões de seguidores nas redes sociais.
O grande problema é a alta concentração de candidatos paulistas. Isto dificulta a formação de chapas fortes e equilibradas, pois presidente e vice do mesmo estado é uma fórmula a ser testada, mas que os especialistas dizem que não vai funcionar. Alckmin e Huck, ou Huck e Dória. Há espaço para a amazônida Marina e o nordestino Ciro. Com isto conta um nome que se não é cabeça de chapa pode entrar na vice. As cartas ainda estão embaralhadas.