O Planalto mostrou todo o seu nervosismo com a iminência da apresentação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na nota divulgada na noite dessa sexta-feira. Traiu sobretudo sua ansiedade em relação à delação do doleiro Lúcio Funaro, que questionou e na qual apontou inconsistências e incoerências – no melhor estilo não li e não gostei, já que a peça está em sigilo.
Não era preciso tanto, já que o governo continua tendo os votos necessários na Câmara para enterrar a segunda denúncia, ainda que vá sair ainda mais caro do que da primeira vez. Mas o establishment político, de olho na eleição daqui a um ano, e o econômico, focando os primeiros sinais da recuperação da economia, parecem ter mais o que fazer hoje do que se dedicar a mais um processo de derrubada de presidente da República.
Mas quem diz o que quer, ouve o que não quer. A nota exagerada do Planalto, chamando o empresário Joesley Batista de “gravador geral da República”, foi rebatida nesta madrugada por uma outra de seu acusador, mais pesada ainda – claro, ele não tem nada a perder – chamando o presidente da República de “ladrão geral da República”.
Baixaria total. Por coincidência, enquanto corria o edificante diálogo entre os supostos gravador geral e ladrão geral da República, era finalmente preso na manhã deste sábado, em São Paulo, por reincidência, Diego Ferreira de Novais, agora o ejaculador geral da República.