A drogaria do capitão Bolsonaro é uma traficância permanente de narcóticos e alucinantes que afetam os processos mentais e alteram a percepção da realidade. Agrupa uma ralé de viciados no erário, usuários de mamatas públicas e dependentes de sinecuras mal-intencionados. Com visíveis alterações mentais, todos eles apresentam transtornos crônicos. Nenhum tem algo para apresentar ao País como terapia contra os distúrbios causados em 3 anos de intoxicação bolsonarista.
É uma overdose do ócio, da má-fé, da mentira, da vergonha e do golpismo. Os piores ministros do mundo se entorpecem em alucinações alternadas dentro de uma “bad trip” administrativa, institucional, humanitária e política. Emblemas inegáveis da maresia da incompetência e do fracasso são os ministros Paulo Guedes na Economia, Eduardo Pazuello na Saúde, o sucessor Marcelo Queiroga, Abraham Weintraub na Educação, Ricardo Salles no Meio Ambiente, General Augusto Heleno e outros toxicômanos institucionais, obscurecidos pelo brilho pueril dos aspirantes a estrelas do valhacouto. Parecem viver sob a euforia dos alcaloides fazendo uso recreativo do Brasil. Há uma histeria para ser o mais alucinado, o mais tosco e o mais torpe em torno do chefe.
Nesse porre diário do vício sem virtude, o General Heleno se comporta como gerente da boca. O ministro do Gabinete de Insegurança Institucional da Presidência receitou estimulantes para sete garimpos na Amazônia. A acusação de Sarah Winter de que Heleno era mentor dos ataques ao Judiciário é de entorpecer. Visivelmente desequilibrado, admitiu o uso frequente de drogas psiquiátricas para abrandar a hidrofobia contra o Supremo Tribunal Federal. Chegou a surtar em uma reunião de formatura de agentes da Abin.
“Temos um dos Poderes que resolveu assumir uma hegemonia que não lhe pertence, não é, não pode fazer isso, está tentando esticar a corda até arrebentar. Nós estamos assistindo isso diariamente, principalmente da parte de dois ou três ministros do STF e que eu, particularmente, que sou responsável, entre aspas, por manter o presidente informado, tenho que tomar e Lexotan na veia por dia para não levar o Presidente a tomar uma atitude mais drástica em relação às atitudes que são tomadas por esse STF que está aí”.
O que ele injeta nas veias é o opiáceo golpista, extremamente tóxico e danoso. Necessita de um exame antidoping e tratamento de choque contra os desvarios autoritários, intervenções como aquelas feitas para controlar as psicoses de Roberto Jefferson, Daniel Silveira e o tal Zé Trovão.
O veneno de Heleno é a face da compulsão pelo caos generalizado. Onde há general há caos. Heleno reina dopado no Gabinete de Insegurança Institucional. O aviãozinho presidencial serviu para o tráfico internacional de cocaína bem nas barbas do pequeno Heleno. Currículos de ministros foram fraudados diante da sedação do homúnculo fardado.
Augusto Heleno também é o pregador da primeira convulsão golpista após o STF cogitar apreender o celular de Bolsonaro em 2020: “O pedido de apreensão do celular do Presidente da República é inconcebível e, até certo ponto, inacreditável. Caso se efetivasse, seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma interferência inadmissível de outro Poder na privacidade do Presidente da República e na segurança institucional do País. O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os Poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”. A ressaca o obrigou a recuar. Além de soquinhos na mesa e outros chiliques, gosta de negar os ataques aos viciados em poder do centrão, que ele chamava de ladrões. “Uma atividade metafórica”, delirou ante o anúncio do casamento de Bolsonaro com o ex-presidiário Valdemar da Costa Neto.
Sentindo-se superado nos delírios da patologia acrítica, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reproduziu uma das frases mais alucinadas da botica. Sempre que pressionado reage com disparates desconexos. A ameaça de uma nova variante da Covid-19, que explodiu o número de casos na Europa, levou a Anvisa a fazer reiteradas recomendações para um rigor maior no controle de entrada de estrangeiros no Brasil e adoção do passaporte da vacina, medida que já vinha sendo observada nos estados e nas rotinas dos estabelecimentos e empresas.
O passaporte acabou sendo determinado pelo STF. Cobrado por Bolsonaro sobre a postura da Agência e reprimido, o cão de guarda e aspirante a governador, rosnou com uma pérola que só os mais potentes alucinógenos produzem: “Melhor perder a vida do que a liberdade”. Deve ser fruto da mesma substância psicoativa usada no adestramento que atuou para ele fazer gestos obscenos em Nova Iorque e corar os brasileiros. É outro dependente da ebriedade do poder que se droga no necrotério macabro do bolsonarismo, enquanto caos reina em sua pasta, com suspensão de serviços básicos do Ministério e ataques de hackers.
A perda do controle de Queiroga, expressão do escárnio e do desprezo com a vida, é a recidiva dos transtornos delirantes de Eduardo Pazuello. Obra prima da esbórnia estrelada: “É simples assim: um manda outro obedece”, disse ao cancelar a compra de 46 milhões de doses de vacinas. Marcelo Queiroga é Pazuello com o jaleco enodoado de sangue e mente perturbada. É o doutor Henry Jekyll evocando o monstro transtornado de Edward Hyde.
Os experimentos de Bolsonaro na Saúde são antípodas da ciência, inimigos da luminosidade, do conhecimento e viciados em realidades artificiais, existentes apenas nas rodas degradadas das cracolândias. São rudimentares, compulsivos e malignos. Encurralados na penumbra da incompreensão reencarnam diariamente a psicose do ogro Hyde, uma das personagens mais repugnantes da ficção, homicida e hedonista aterrorizante. Arrematam as suas índoles desprezíveis as vilanias em série, a perversão, a fúria e a selvageria.
Suas simples aparições provocam náuseas, vômitos e aversão. Jekyll, o médico criador do monstro e escravizado por sua besta interior, o definiu bem: “Essa criatura infernal não tinha nada de humano, apenas era habitado pelo ódio e pelo medo”. Queiroga é servil, ganancioso, obscurantista e ordinário. Deus livre o Brasil de médicos incompetentes, desumanos e sem espirito público, que tudo fazem para ocupar postos na cúpula da Administração Pública.
Queiroga aspira ser Eduardo Pazuello, símbolo maior da deficiência cognitiva, do genocídio e do despudor. Pazuello foi ministro no auge da pandemia e responsável pela contratação de R$ 1,6 bi de uma vacina superfaturada, em tempo recorde, sem testes, nunca entregue e com todas as digitais de traficância do Palácio do Planalto e seu líder Ricardo Barros. Em 08 de janeiro de 2021, quando desprezava as 170 milhões de doses ofertadas pela Pfizer e Butantan, Bolsonaro enviou uma carta ao primeiro-ministro da Índia pedindo a vacina do laboratório Bharat Biotech, a Covaxin. Dois dias antes de Bolsonaro fazer lobby pela Covaxin, uma empresa escolhida a dedo que já estava reunida na embaixada brasileira em Nova Délhi, compartilhando as agulhas da corrupção. Era a Precisa Medicamentos, conhecida usuária do submundo da corrupção e do ex-ministro da Saúde e atual líder do governo, Ricardo Barros.
O despreparo de Pazuello pode ser comprovado em números. Ao assumir, em 15 de maio de 2020, eram 14,8 mil mortes e 218 mil casos de infecção. Quando foi embora, 10 meses depois, em 24 de março de 2021, eram 301 mil óbitos e 12,2 milhões de casos. Em Manaus, o desabastecimento de oxigênio matou brasileiros asfixiados. O ministério da Saúde é um enorme mar de vícios, com a lama e sangue esguichando o tempo todo. Onde Pazuello pisou o coturno lamacento, levou junto a morte.
O mesmo general Pazuello desperdiçou uma fortuna para estocar cloroquina para anos. O medicamento para o tratamento da Covid-19 não passa de alucinação e tem graves efeitos colaterais. Além disso, quase perdeu cerca de 7 milhões de testes em um país marcado pelo déficit de testagem. Foi desautorizado publicamente na aquisição de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, em outubro de 2020. Diante da CPI do Senado, flagrado com o bagulho no bolso, disse que fumou, mas não tragou. Contrariando fatos irrefutáveis, afirmou ser vítima da amnésia da conveniência: “nunca o presidente me mandou desfazer qualquer contrato”.
Referia-se ao “já mandei cancelar, o presidente sou eu” de Bolsonaro sobre a CoronaVac.Três dias após o falso testemunho na CPI, em maio de 2021, Pazuello fumou o cachimbo da paz com Bolsonaro em um comício no Rio de Janeiro. Militar da ativa é proibido de participar de atos políticos. A anarquia foi óbvia e a disciplina militar atirada no esgoto. O comando do Exército deu um mau exemplo ao estender a mão amiga e estimular o vício transgressor de Pazuello. A impunidade e a capitulação são historicamente vergonhosas. É um caso irrecuperável.
O ministro Paulo Guedes foi apresentado como a cloroquina, a droga milagrosa para sanar todos os males da economia. Exibido como sóbrio e competente, se tornou o ministro da semana que vem. Tem surtos psicóticos se precisar usar o elevador de serviço, frequentado pelos filhos dos porteiros, e fica com a boca seca e olhos avermelhados com as domésticas que insistem em se divertir na Disney. Ele pode, já que esconde seus canudos verdes em paraísos fiscais e não paga impostos na Economia que dirige.
O Ministério da Economia virou a terra do nunca, a mansidão do ilusionismo ensejado pelo cânhamo. A pasta assiste, prostrada e inerme, a inflação voltar, a fome se expandir, o desemprego explodir, a recessão se instalar, a fuga de investidores aumentar, a desvalorização do real, o crescimento da dívida pública, a queda abrupta da renda per capita e um tombo histórico no ranking das economias mundiais. Mesmo assim há espaço para a larica insaciável dos orçamentos secretos, calote nos precatórios, estouro do teto, cloroquina e propina. Tudo muito zen, enquanto a vida econômica dos brasileiros virou uma droga.
Ricardo Salles foi um exterminador de florestas e inimigo do meio ambiente. Sua passagem desastrosa pela pasta foi tóxica. Além do aumento da devastação das florestas, promiscuidade com madeireiros e garimpeiros, notabilizou-se pela metáfora bovina na ácida reunião ministerial de 22 de abril de 2020. Sugeriu ao rei do gado que o governo abrisse a cancela para “ir passando a boiada” e flexibilizar regras ambientais enquanto a pandemia matava brasileiros e monopolizava as atenções. Salles desmontou os mecanismos de fiscalização com o propósito de tornar o meio ambiente em um pasto privado dessa gestão “biodesagradável”. Ele foi alvo de um inquérito, autorizado pelo STF a pedido da PGR, por ter interferido nas investigações sobre a maior apreensão de madeira da história.
A PF sustenta que Salles participou de um esquema de tráfico ilegal de madeira. Uma decisão do ministro Alexandre de Moraes quebrou o sigilo dele por “movimentação extremamente atípica” de R$ 14,1 milhões. A investigação contra Salles acarretou o afastamento do superintendente da PF no Amazonas que apenas cumpria seu dever funcional. Manobra típica de governos fascistas, tóxicos, mas insuficiente para abafar a história.
Abraham Weintraub também queimava o que deveria preservar: a educação. Só foi expelido após pregações golpistas: “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”. Em abril de 2019, propôs cortar verbas de três federais por promoverem “balbúrdia”. Ele afirmou que as universidades federais possuíam plantações extensivas de cannabis.
“Você tem plantações de maconha, mas não são três pés de maconha, são plantações extensivas de algumas universidades, a ponto de ter borrifador de agrotóxico”. Íntimo das metáforas medíocres, bateu boca com um interlocutor na internet sobre a monarquia. “Se voltarmos à monarquia, certamente você será nomeado bobo da corte”. O ministro respondeu: “Uma pena, prefiro cuidar dos estábulos, ficaria mais perto da égua sarnenta e desdentada da sua mãe”. A falta de educação ficou evidente em sucessivos erros de ortografias e confusões mentais em cálculos matemáticos.
“Durante oito meses eu fui investigado, processado e julgado num processo inquisitorial e sigiloso. Que eu saiba, só a Gestapo fazia isso. Ou no livro do cafta ou na Gestapo”. O “Processo” de imbecilização do Brasil nestes últimos três anos não seria compreendido nem mesmo pela sobriedade surreal de Franz Kafka. De Gestapo e drogas eles entendem. O dano cerebral no envolvimento com o governo pareceu ser irreversível e as plantações de maconha estavam em outros endereços.
Sérgio Moro, ex-juiz universal que perdoou Ônix Lorenzoni pelo crime de Caixa 2, fez vistas grossas para os delitos do filho de Bolsonaro, os cheques para a primeira-dama e roubou no caso Lula, é o principal fornecedor da erva autoritária que entorpeceu o Brasil. É outro subproduto da incompetência que incinerou o Direito, que pronuncia o português porcamente, escreve mal e mente muito.
O inquisidor é o maior ícone da transgressão, do fascismo e responsável direto pela entronização dos trogloditas no poder. Com seu falso talento jurídico, viveu nos EUA engordando a conta bancária remunerada por corruptores que, outrora, fingiu combater. Atuou na recuperação judicial de construtoras que ele próprio arruinou no passado, como a construtora Odebrecht. A quebradeira gerou uma trágica onda de desemprego na construção civil para os brasileiros. Moro, orixá dos corruptores, agora é candidato a presidência da República. Não tem mais como malocar o flagrante. O nome dele, incensado em parte da mídia, lembra o pagode de Bezerra da Silva: “Vou apertar, mas não vou acender agora. Se segura malandro, para fazer a cabeça tem hora”.
Outro desarvorado, o ex-chanceler Ernesto Araújo, incinerou a diplomacia brasileira. Sabotou o multilateralismo, ideologizou e implodiu o Itamaraty. Já na posse renegou o globalismo. Os disparates continuaram ao anunciar uma viagem chamada nazismo de esquerda: “Acho que é mais ou menos o que aconteceu sempre com esses regimes totalitários. Por isso que eu digo também que… quer dizer, isso tem a ver com o que eu digo, que fascismo e nazismo são fenômenos de esquerda, não é”.
Em 2020, o então chanceler voltou a fumar algo estragado para criar o neologismo “comunavírus” que, segundo ele, seria um vírus ideológico que despertaria um pesadelo comunista. Insaciável, para bajular Eduardo Bolsonaro, bateu boca com o maior parceiro comercial do Brasil e principal fornecedor de insumos para vacina: “Inaceitável que o embaixador da China endosse ou compartilhe postagem ofensiva ao chefe de Estado do Brasil e aos seus eleitores, como, infelizmente, ocorreu ontem à noite”. Esse comportamento influenciou negativamente no fornecimento de insumos e causou atrasos fatais na vacinação.
A galeria apavorante de usuários, portadores e toxicomaníacos é extensa: Damares Alves, o astronauta, um secretário que fantasiou 400 mil quilômetros de praia, um destemido general que tomou vacina escondido para não levar esporro do capitão, o chefe da Gestapo paralela, falsificadores de currículos, uma inexpressiva ministra com vínculos matrimonias e políticos com um notório corrupto, o gabinete do ódio e outros fornecedores exclusivos do capitão.
Todos, diante dos diagnósticos fantasmagóricos das pesquisas, passaram a sobreviver à base de ansiolíticos, antidepressivos e barbitúricos. Depois de abusar das instituições públicas sem limites, ética, pudor ou humanidade, essa turma chapada teme a síndrome de abstinência do poder e suas funestas consequências. As tremedeiras aumentaram, o delirium tremens é mais frequente e os neurônios estão irreversivelmente afetados. Depois da longa imersão nas drogas mais pesadas e devastadoras, o Brasil vai precisar de experiente narcologista para prescrever um prolongado tratamento de reabilitação e desintoxicação das sequelas fatais do bolsonarismo e evitar recaídas.