Isolado, sob boicote e abandonado por padrinhos, Fabiano resolveu sair

Fabiano Silveira

O ministro da Transparência acabou mesmo pedindo demissão.

Em post das 17h03, o site Os Divergentes havia revelado que o ministro estava propenso a sair, mesmo após receber telefonema do presidente em exercício, Michel Temer, confirmando sua permanência no cargo.

Fabiano Silveira queria, antes de tomar uma decisão, ouvir seus padrinhos políticos: o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). Ao que tudo indica, foi aconselhado a não se desgastar ainda mais.

Em nota divulgada às 18h33, Renan afirmou não ter indicado qualquer nome para o governo: “Independentemente de sermos do mesmo partido e das convergências em nome do Brasil, tive oportunidade de externar ao senhor Presidente da República que a indicação de nomes é incompatível com a independência entre os Poderes da República.”

Aécio Neves também não assumiu a paternidade publicamente e resolveu nem se manifestar sobre o episódio das gravações vazadas de uma conversa entre Fabiano da Silveira, Renan e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Nessa conversa Fabiano Silveira fez críticas à condução da Operação Lava Jato.

Sem a sustentação de seus padrinhos políticos, o ministro concluiu que não tinha mais condições mínimas para continuar. Sob protestos e boicotes dos funcionários da antiga Controladoria Geral da União, conforme revelou Os Divergentes, ele não tinha sequer conseguido a senha para acessar os computadores do órgão.

O ministro acabou seguindo “Script de uma queda ministerial”, descrito por Helena Chagas em post das 12h29, logo após O Globo Online divulgar seu segundo editorial em tempo real e , mais uma vez, cobrar a demissão de ministro:

“O roteiro vai ficando muito parecido com o da semana passada, quando Romero Jucá acordou ministro, almoçou ainda no exercício do cargo mas foi jantar licenciado – um eufemismo para sua demissão. O ministro da Transparência, Fabiano Silveira, está sendo submetido ao mesmo teste enquanto Michel Temer avalia a repercussão das gravações de Sérgio Machado em que ele aparece.

 

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