RENARO CARDOZO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA
Criado em 1959, com o represamento do Rio Paranoá, o principal espelho d’água de Brasília já foi considerado impróprio para recreação.
Hoje, porém, o Lago Paranoá tem aval até mesmo para abastecer algumas regiões do Distrito Federal, como o Lago Norte, o Paranoá, o Itapoã e o Taquari.
Essa mudança de cenário foi possível graças ao Programa de Despoluição do Lago Paranoá, da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).
Ele é uma das iniciativas bem-sucedidas do governo local que serão apresentadas ao público do 8º Fórum Mundial da Água, de 18 a 23 de março. O encontro internacional deverá reunir 45 mil pessoas no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.
Qualidade da água foi prejudicada por esgotos tratados inadequadamente
No fim da década de 1970, a qualidade da água do Lago Paranoá foi severamente deteriorada por causa do derramamento de esgotos domésticos tratados inadequadamente.
“A população de Brasília sempre cresceu acima da média. Por isso tivemos um problema ecológico no lago”, lembra o analista do sistema de saneamento da Caesb, Fernando Starling.
Esse derrame fez aparecer os sintomas indesejáveis da eutrofização — processo em que surgem níveis altos de nutrientes na água, provocando o posterior acúmulo de matéria orgânica em decomposição —, como excesso de algas e peixes mortos.
Para resolver a situação, o Programa de Despoluição do Lago Paranoá foi implementado no início da década de 1990.
A iniciativa consiste, entre outras ações, no controle do fósforo, elemento químico que pode causar desequilíbrios no ecossistema. “O fósforo é como um combustível desestabilizador”, explica Starling.
Com o programa, o Lago Paranoá passou a receber 70% a menos desse elemento — de 418 quilos de fósforo por dia, em 1992, baixou para níveis próximos de 100 quilos por dia a partir de 1995 até os dias atuais. Nessa quantidade, o resultado é benéfico, pois contribui para o equilíbrio do ecossistema.
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