EMANUELLE COELHO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA
Na propriedade de quatro hectares, o produtor rural Jailson Antônio de Sousa, 50 anos, planta pimenta, quiabo, abobrinha, brócolis, cebolinha, berinjela, banana, mandioca, laranja, amendoim, cana, chuchu, batata-doce e outras frutas e verduras. Mas nem sempre foi assim. Quando faltavam recursos para pagar o maquinário utilizado na plantação, a diversidade não era tanta. Hoje ele é um dos 16 agricultores do Núcleo Rural Rajadinha (Planaltina) beneficiados com equipamentos do Fundo de Desenvolvimento Rural na modalidade social (FDR-Social).
Morador há 13 anos da região, Jailson conta que esses incentivos têm feito uma grande diferença em seu dia a dia. “Estou muito feliz e satisfeito”, comemora. “Esse tratorzinho [referência ao modelo “tobata”] ajuda muito porque facilita na mão de obra. Com ele, tive a oportunidade de aumentar a área de plantio. Quem tem recursos faz; quem não tem, depende dessa ajuda”. Os produtos são vendidos nas feiras e por encomenda.
A presidente da Associação dos Moradores e Proprietários do Núcleo Rural Rajadinha 2, Ilka Bessa, explica que a adoção de um rodízio possibilita que o maquinário atenda a todos os associados. “Esta foi a primeira vez que conseguimos esse benefício. Foi a nossa primeira conquista. Muitas vezes, as terras dos produtores ficavam ociosas por falta de equipamentos. O FDR é nosso grande colaborador aqui”. E, para utilizar o equipamento, três produtores fizeram um curso de operador de maquinaria. São eles os responsáveis pelas máquinas.
Associados
Nesta semana, outros produtores foram beneficiados com equipamentos. Por meio do FRD-Social, a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri/DF) entregou à Associação de Moradores, Pequenos Produtores e Agricultores Familiares de Boa Esperança (Ambrape), em Ceilândia, um trator de 55 cv (cavalos-vapor) e uma grade aradora.
A entidade possui cerca de 80 associados que, juntamente com suas famílias, poderão utilizar o maquinário no preparo da terra e no cultivo das lavouras. A associação é responsável pela conservação, manutenção e pelo seguro, e poderá utilizar o trator e a grade aradora por um período de cinco anos.
“A escolha das entidades é feita por meio dos conselhos rurais de cada região”, explica o diretor de Gestão de Fundos FDR, Edson Rohden. “Após esse período, o equipamento é devolvido e colocado à disposição de outra entidade”. Se o acordo de cooperação não for cumprido, adverte o diretor, o contrato poderá ser rescindido a qualquer momento.
O presidente da Ambrape, Rosivaldo Lopes de Oliveira, destaca que o maquinário colocado à disposição dos agricultores é muito importante para os pequenos produtores da região e vai ajudar muito as famílias beneficiadas. “A hora do aluguel de um trator desses é muito cara. Muitos produtores não têm condições de comprar seus insumos e ainda pagar a[pelo uso do equipamento]. Isso é ótimo para todos nós aqui”, afirmou.
Sobre o FDR
O FDR tem por missão promover o desenvolvimento rural no DF. A meta é implementar ações que permitam o aumento da produção (medida de resultados) e da produtividade (capacidade de produzir mais utilizando cada vez menos tempo), da renda, da segurança alimentar e da permanência dos produtores no espaço rural.
O FDR tem dois objetivos específicos. O primeiro, na modalidade FDR-Crédito, visa financiar projetos de atividades rurais. O segundo, o FDR-Social, apoia, em caráter não reembolsável, projetos de fomento à produção agropecuária, como no caso da Ambrape.
* Com informações da Secretaria de Agricultura