O general Mourão, vice de Bolsonaro, que se cuide. Ele, talvez, seja o único integrante do governo que ainda merece algum tipo de respeito. O Guedes não vale. Ele está protegido pela elite ultra liberal, que sempre tratará os seus, mesmo quando desmoralizados, com a cumplicidade do respeito.
Minha análise relativa ao general não se deve ao crescente autoritarismo do presidente e de seu governo. É claro que ele não está imune. Mas o que vai pesar na avaliação de sua passagem pelo governo do Brasil será a qualidade de sua função administrativa na Amazônia. Ou a falta dela.
Me pergunto e não consigo entender. Como é que um general não consegue parar com a devastação que lá se faz. Estará de acordo? Não basta colocar o ministro do Meio Ambiente para fora da floresta. É preciso resultado. É isso que vai pesar no julgamento do general na história.
O responsável pela Amazônia mudou. Mas a devastação continua. As chacinas contra os índios estão mantidas. Os loteamentos clandestinos da terra seguem em frente. As pesquisas clandestinas de minerais, de animais e de vegetais proliferam.
O general não disse ainda ao que veio. Não apresentou um plano de trabalho. Ele pretende restabelecer o funcionamento dos órgãos do governo criados para cuidar da floresta? Ele pretende buscar parceria com as organizações não governamentais? Ele terá um projeto de ocupação palatável?
Ele vai acabar ou manter a impunidade pelos crimes ambientais e contra a vida? Será que alguém será preso por seus atos criminosos? Não somente quem é pego com a mão da massa, mas quem manda e quem financia. Será? Afinal, esta é uma prática comum em outras áreas.
Numa conjuntura em que tem gente (muitos que não viveram o passado) que manifesta saudade de uma ditadura, é sempre bom lembrar que na ditadura militar não era permitida esta libertinagem quando se tratava da Amazônia. Sua responsabilidade é grande general!
O chefe do Estado Maior dos Estados Unidos, Mark Milley, pediu desculpas por ter participado de um ato político ao lado do presidente Trump. Aqui, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, passeia com o presidente numa manifestação, e acha normal. Ao falar do assunto adota o “enroleichom”.
Mas este não é o caso do general Mourão. A história e a sociedade, num futuro próximo, vão cobrar. O general vai ter que escolher como quer sua estátua (pelo menos até antes que a derrubem) ? Fico só imaginando. Será que um dia alguém erguerá a estátua de um militar armado com uma motosserra?