Atento a polarização da disputa pela eleição do Presidente da República em outubro próximo, em que os dois principais concorrentes gastam mais tempo em tentar desqualificar o adversário do que apresentar propostas de governo que venham a sanar a difícil situação econômica e social em que nosso Brasil se encontra, veio em minha cabeça um pensamento do que seria se ambos fossem eliminados no 1º turno das eleições.
Parece um sonho, mas considerando que estes dois que se destacam nas pesquisas já são bastante conhecidos do eleitorado, não sendo possível desconsiderar que nos governos Lula ocorreu o “mensalão” no 1º mandato e o “petrolão” no 2º mandato, que por inexplicáveis caminhos de nossa justiça temos um cidadão condenado com provas, além de milhões de recursos devolvidos por seus comparsas, o que confirma a roubalheira, poder agora se candidatar ao cargo mais importante de nosso país, que definirá nosso destino para os próximos anos.
Quanto ao atual presidente, são tantos os itens negativos de sua gestão neste seu governo, que certamente levaria este artigo a desviar de seu objetivo, gastando parágrafos e mais parágrafos relacionando os seus erros que agravaram nossa economia, a nossa imagem internacional e nossa falta de perspectivas para sairmos deste atoleiro. Mas não podemos deixar de citar pelo menos alguns episódios marcantes: seu comportamento diante da pandemia da Covid, incentivando a não vacinação, o que levou a morte inúmeras pessoas; o abandono da Amazônia que com a morte do Don e do Bruno escancarou a ausência do Estado na região, totalmente entregue a uma estrutura criminosa, isto sim sendo a perda de soberania que tanto ele gosta de falar. Por último, a linguagem “chula” com que faz seus pronunciamentos, achando que desta forma está falando a linguagem do povo, quando na verdade só está nos envergonhando.
Bom, mas vamos falar de como meu sonho pode se tornar realidade.
As pesquisas mostram um altíssimo percentual de rejeição destes dois candidatos. Também mostram que entre aqueles que votam em um ou no outro é com o intuito de eliminar o que não aceitam, não por aprovar o candidato em quem se propõem a votar. A velha teoria do “menos ruim”, ao invés de não aproveitar o seu voto para não aceitar nenhum dos dois.
Diante da estimativa destes números, a soma dos votos “convictos”, ou do que ficou chamado “de raiz” de ambos os candidatos, podem não representar garantia de levá-los ao 2º turno caso haja uma mobilização da sociedade mostrando a importância do voto neste pleito, motivando os eleitores a não dispensarem seus votos no “menos ruim”, os anulando, ou não comparecendo às urnas. Neste caminho, o “voto útil” é aquele que elimina a hipótese de irem os dois extremistas para o 2º turno. Inclusive é de grande probabilidade que se apenas um dos dois for para o 2º turno, tende a perder para o que vem sendo chamado de 3ª via.
Assim faço minha parte escrevendo este texto, convocando a sociedade civil preocupada com o destino de nosso país a se mobilizarem no trabalho de convencer os eleitores a escolherem, no 1º turno, um dos dois candidatos que se apresentam em 3º ou 4º lugar e que mais se aproximam daquilo que esperam de um candidato.
Vencida este primeiro desafio, poderemos vir a ter um 2º turno não de ofensas mutuas entre os postulantes, mas os obrigando a fazerem propostas concretas e objetivas de soluções para os problemas que nos afligem. Soluções apresentadas de forma simples e didática que possam ser entendidas por todos e passe a serem compromissos do candidato a ser escolhido e também para poderem ser cobrado por seus eleitores.
Temos um país de enorme riqueza natural, podendo se tornar uma potencia econômica, infelizmente com um histórico de oportunidades perdidas, na maioria dos casos por falta de uma liderança política que abra mão de disputas que em nada contribuem com as medidas necessárias para eliminar os entraves que nos impedem de alcançar um bem estar e qualidade de vida para nossa população.
Sonhar é o primeiro passo para tentar atingir um objetivo. Vamos levar este sonho ao maior número de pessoas que também estão cansadas de tudo que tomam conhecimento, conquistando suas energias para tornar este sonho um movimento pacífico de exercício de cidadania, rejeitando os dois inaceitáveis não deixando de exercer seu voto que pode eliminá-los.
– Adival Rabello é empresário e membro dos Conselhos de Educação e de Inovação, Tecnologia e Comunicação da ACRJ