Direção do Partidão ainda não confirma candidatura própria

Roberto Freire. Foto: Orlando Brito

O senador Cristovam Buarque (PPS/DF) foi lançado extraoficialmente pela secção do Espírito Santo do antigo Partido Comunista Brasileiro candidato a presidente da República às eleições do ano que vem. Vitória é um dos mais expressivos baluartes desse partido, representado por seu prefeito reeleito, Luciano Rezende.

Cristovam foi à capital capixaba fazer uma conferência para ex-alunos da Escola Superior de Guerra, mas sua presença em Vitória evoluiu para um ato político. “Temos de atualizar a esquerda”, diz o senador, oferecendo-se como alternativa às candidaturas tradicionais do segmento popular.

O nome do senador de Brasília tem sido mencionado com simpatia por parlamentares e dirigentes de outros partidos dessa vertente, como Rede, Podemos e, inclusive, do PSB, além, naturalmente, de seu PPS. É uma candidatura posta à mesa.

Entretanto, ainda tem o cuidado de ressalvar que não tem a indicação da direção nacional do PPS, mas conta com apoios explícitos de outros diretórios regionais, principalmente no Nordeste. “Não sei a posição da direção nacional. Se me quiserem, eu quero”, diz Cristovam objetivamente.

O senador pondera que o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, sugere que a esquerda não deve se pulverizar em muitas candidaturas, pois isto favoreceria, no primeiro turno, a cometas da direita, como o capitão Jair Bolsonaro, por exemplo. Esta não seria uma posição fechada da direção nacional do PPS.

Cristovam Buarque tem um projeto completo para sua candidatura e de programa de governo. O ponto mais significativo é que prega a realização antecipada ao pleito de um plebiscito sobre as reformas e que deveria nortear o governo subsequente. Algo na linha do que o ex-presidente Lula propôs,  de um referendo após a eleição para legitimar as reformas do governo Temer. Cristovam distingue: “Lula quer o referendo antes; eu proponho um referendo sobre as reformas antes. Assim cada candidato terá de dizer a que vem”. Ou seja, antes da eleição o plebiscito dirá se as reformas devem permanecer ou serem descartadas pelo novo presidente.

Os Divergentes gravaram esta entrevista com o senador Cristovam Buarque, que pode ser vista e ouvida nesta edição.

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