Voltou a circular ontem na internet o vídeo acima feito pela BASF em 2010, que destaca o formidável crescimento da agropecuária brasileira nos últimos 50 anos, um período em que o País deixou a difícil posição de insegurança alimentar e importador de alimentos para ser um dos maiores produtores mundiais, responsável por uma quarta parte de tudo o que se come no mundo, humanos e animais racionados. São números impressionantes.
O segmento do agronegócio está muito preocupado com a imagem pública do setor primário no Brasil. Na reunião do último dia 19, o presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, deputado Nilson Leite (PSDB/MT), levantou a necessidade de uma vigorosa campanha de defesa da atividade, e conclamou sua sucessora designada, deputada Tereza Cristina (PSB/MS) a dar continuidade a esse projeto. Segundo o parlamentar, é iminente um ataque em massa de seus adversários na área legislativa, criando obstáculos, dificuldades e aumentando custos.
Nilson Leite, na sua apresentação, denunciou que o setor está sofrendo direta e indiretamente a ação dos concorrentes no mercado internacional, que têm condições de se aliar com forças internas no Brasil para desestimular a produção de alimentos para o mercado mundial. Na sua fala disse esperar que no ano que vem seja desencadeada uma grande ofensiva no sentido de levar novas dificuldades para os produtores.
Como se recorda, neste momento o setor rural enfrenta diversas ações judiciais e cobranças de dívidas contraídas com plantios frustrados. Ainda no campo legal, há queixa de restrições na área ambiental e social, especialmente controvérsias no segmento indígena. Entretanto, a questão mais urgente está fora da área legislativa, que é um julgamento sobre a constitucionalidade do Código Florestal. Essa lei estabelecia as regras e os marcos legais para o uso da terra no País. Os ruralistas temem sua anulação.
No último ano o agronegócio contou com o apoio publicitário de uma campanha considerada exitosa pelo setor, o projeto “Agro é Pop” veiculado pela Rede Globo. Este novo vídeo, entretanto, por sua longa duração, não seria direcionado ao mesmo público. A campanha ainda no ar contribuiu para recuperar a autoestima dos produtores e levar ao público em geral uma ideia do que é a vida no campo.
O vídeo da BASF que voltou a circular sintetiza todas as facetas do agronegócio na sua fase aquém da porteira, ou seja, a produção agropecuária em si. Não relaciona os demais aspectos ligados à produção de insumos, industrialização dos alimentos, distribuição e comercialização, que são as demais fases do agribusiness. Porém a fração em evidência de seus antagonistas limita-se aos produtores rurais.