Na quinta-feira, as autoridades federais de saúde abriram caminho para que os americanos que estão totalmente vacinados contra o coronavírus não usem a máscara na maioria das situações, alguns estados retiraram os mandatos de máscara, enquanto outros adotaram uma abordagem mais precavida.
“Todos esperamos ansiosos por este momento”, anunciou a médica Rochelle P. Walensky, diretora do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, da sigla em inglês), em entrevista coletiva na Casa Branca. “Se você estiver totalmente imunizado, pode começar a fazer as coisas que parou por causa da pandemia.”
Quando autoridades federais de saúde disseram que americanos totalmente vacinados não precisavam mais usar máscaras na maioria dos lugares, foi uma surpresa para muitas pessoas da saúde pública.
Ninguém previa uma mudança radical tão cedo.
Também era um contraste gritante com as opiniões da grande maioria dos epidemiologistas pesquisados nas últimas pelos veículos de comunicação nos Estados Unidos.
A comunidade médica tem outra posição sobre o assunto. Na pesquisa informal, 80 por cento disseram que achavam que os americanos precisariam usar máscaras em locais públicos fechados por pelo menos mais um ano. Apenas 5% disseram que as pessoas conseguirão parar de usar máscaras em ambientes fechados neste verão.
“Ainda há uma longa estrada pela frente, e não será fácil. Não entendi essa precipitada e irresponsável decisão da Casa Branca”, desabafou uma epidemiologista, que falou em condição de anonimato.
Em grandes multidões ao ar livre, como em um concerto ou protesto, 88 por cento dos epidemiologistas disseram que era necessário até mesmo para pessoas totalmente vacinadas usarem máscaras.
“A menos que as taxas de vacinação aumentem para 80 ou 90 por cento nos próximos meses, devemos usar máscaras em grandes ambientes públicos fechados”, enfatizou a epidemiologista Vivian Towe, do Patient-Centered Outcomes Research Institute.