Pela fotografia da pesquisa Datafolha, divulgada nessa quinta-feira (26), Lula tem, nessa imagem, tudo para liquidar a fatura no primeiro turno. Bolsonaro segue no mesmo patamar, cerca de 25% das intenções de voto, e mais que o dobro de rejeição, sem nenhuma perspectiva de reversão com a explosão da inflação e do desemprego.
Fica claro também que, para a maioria dos brasileiros, Bolsonaro e seus delírios golpistas são cartas descartadas. Lula hoje é quem mais se beneficia dessa rejeição, mesmo também tendo um alto índice de reprovação. Pelo atual espelho, a pauta da peleja entre ambos, por mais relevante que seja, é limitada.
Democracia versus ditadura, respeito ou desrespeito ao meio ambiente, apoio ou combate às mais variadas milícias, resgatar ou afundar ainda mais os estragos na Saúde e Educação, entre outras pendengas, já estão nesse cardápio. Efetivamente São grandes diferenciais.
Mas a polarização, estimulada por ambos os lados, como se fossem opções únicas, põe debaixo do tapete questões igualmente relevantes. O combate à corrupção, a autonomia do Ministério Público e dos órgãos de investigação, por exemplo. Esse é um terreno que, fora do embuste, Lula e Bolsonaro derrapam. Mensalão, Lava Jato, Rachadinhas, Orçamento Secreto, a pauta é longa e tortuosa.
Daí a importância da senadora Simone Tebet virar a cara e a candidatura da tal terceira via. Evidente que o primeiro foco dela é tentar desidratar Bolsonaro. Só a campanha mostrará se ela terá sucesso nessa tarefa muito difícil. Mas só sua participação no debate om Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes vai forçar a discussão sobre o assalto político aos cofres públicos. No passado e hoje.
Bolsonaro é o adversário comum de todos. É um atraso em tempos democráticos sem precedente. Mas, na ótica de hoje, a perspectiva é de vitória de Lula, inclusive no primeiro turno, mas Simone e Ciro podem finalmente fazer com que Lula e o PT façam uma autocrítica sobre a roubalheira em suas gestões. Será um serviço para o País e para nossa História.
A conferir.