Valdemar Costa Neto passou os últimos dias pulando como pipoca em panela quente. Tentou enrolar Bolsonaro e adiar para dezembro a apresentação no TSE da esdrúxula petição contra o resultado das eleições só para o pleito presidencial no segundo turno. Queria, assim, ganhar mais um tempinho e deixar que o assunto morresse às vésperas da posse de Lula como o novo inquilino do Palácio do Planalto.
Bolsonaro sacou a malandragem de Valdemar e exigiu que a petição, sem pé nem cabeça, fosse apresentada ao TSE na terça-feira (22). Gerou mais um problema para o ensaboado Valdemar. Com receio de que uma rebelião bolsonarista implodisse seu PL, ele correu atrás de ministros do STF, alegou estar apenas cumprindo tabela, mas que não levassem muito a sério a sua contestação das eleições presidenciais.
O que o motivou nesse périplo foi o alerta de sua ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira de que se ele bobeasse, insistindo em peitar a democracia, poderia voltar para a cadeia, Até por não ser réu primário, ele já cumpriu pena por seu envolvimento no escândalo do Mensalão. Ouviu de ministros do STF que sua operação para atender Bolsonaro seria de alto risco. Que dilema!
Mesmo alertado, o mané Valdemar seguiu em frente. Não tinha apoio interno dos parlamentares eleitos para questionar seus próprios mandatos se fossem contestadas as mesmas urnas usadas nos dois turnos, e exibiu toda má fé ao alegar que as mesmas urnas que valeram para as eleições parlamentares, de governadores e no primeiro turno presidencial teriam ficado suspeitas apenas no segundo turno presidencial.
Mais que piada de mau gosto, ele cometeu uma penca de crimes. A mão pesada do ministro Alexandre de Moraes mirou nos alvos certos: primeiro, no bolso dessa turma que só pensa em dinheiro, com o bloqueio das contas partidárias da coligação de Bolsonaro até que a multa de R$ 22,9 milhões seja quitada. Os partidos aliados na campanha de Bolsonaro tiraram o corpo fora. O Republicanos, braço político da Igreja Universal do bispo Edir Macedo, tá em pleno flerte com o governo Lula. Já virou o disco.
O PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do ministro Ciro Nogueira, deu um chega pra lá em Valdemar e no seu PL. O deputado Claudio Cajado, presidente do PP, foi taxativo: “Não dei e nem assinei nenhuma procuração para entrar com ação judicial”. Valdemar e seu partido ficam pendurados na brocha. Será que vão descontar no salário que prometem pagar a Jair Bolsonaro?
Pior para Valdemar é que ele também foi incluído no inquérito sobre as milícias digitais em tramitação no Supremo Tribunal Federal, talvez o caminho mais curto para que se cumpra a previsão de sua ex-mulher Maria Christina e ele volte para uma nova temporada na cadeia por atentar contra a democracia.
Como escreveu o ministro Alexandre de Moraes em sua decisão: “A total má-fé da requerente em seu esdrúxulo e ilícito pedido, ostensivamente atentatório ao Estado Democrático de Direito e realizado de maneira inconsequente com a finalidade de incentivar movimentos criminosos e anti-democráticos que, inclusive, com graves ameaças e violência vem obstruindo diversas rodovias e vias públicas em todo o Brasil, ficou comprovada, tanto pela negativa aditar-se a petição inicial, quanto pela total ausência de quaisquer indícios de irregularidades e a existência de uma narrativa totalmente fraudulenta dos fatos”.
Deu ruim, Valdemar.
A conferir.