O ministro chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni, desponta como novo homem forte do governo do presidente Jair Bolsonaro. Deputado Federal do DEM do Rio Grande do Sul, o ministro chegou à frente numa carreira em que se emparelhavam políticos consagrados e líderes militares, nomeando o ministro da Educação.
Ao emplacar no cargo o seu secretário-executivo da Casa Civil, o economista Abraham Weintraub, Lorenzoni estende sua área de influência ao Ministério da Educação, um dos pontos sensíveis da atual administração. Segundo observadores, assim ele bate de frente com o guru da família do presidente, o filósofo Olavo de Carvalho.
O nome de Weintraub apareceu no cenário político ainda antes da posse do novo governo. Professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal de São Paulo (não confundir com a USP, estadual), o novo ministro e seu irmão Artur foram mencionados várias vezes no período de formação do ministério, no ano passado, como indicações do atual ministro Onix Lorenzoni.
Nenhum dos dois foi para o primeiro escalão. Especialistas em previdência, profissionais com larga experiência no mercado financeiro de São Paulo, os irmãos agora despontam como uma indicação da consolidação do poder do padrinho Onix.
Os demais nomes indicados vinham da burocracia militar ou do setor político. Ainda esta manhã era dado como escolhido o senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal. A virada dessa tendência indicaria alguma deterioração do quadro de formação da base parlamentar do governo, uma vez que os irmãos Weintraub não têm filiação política.