Nova York – No meio da original crise política que os Estados Unidos atravessam, nenhuma empreitada é no momento mais importante e mais imperativa do que a publicação do relatório do conselho especial liderado pelo procurador Robert Mueller.
O comentário na capital americana é que Mueller entregará os resultados de sua investigação sobre a interferência da Rússia na eleição de 2016 para o Departamento de Justiça dentro de algumas semanas.
Durante dezenove meses, a tropa de choque do presidente Donald Trump tentou desacreditar o relatório de Mueller, mas seu esforço pode ter saído pela culatra.
Um relatório conciso de Mueller pode atuar como um “roteiro” para a investigação da Câmara dos Deputados controlada pelos democratas – e também pode acarretar mais investigações criminais contra outros companheiros e familiares de Trump. Pelo menos trinta e quatros pessoas ligadas ao presidente acabaram nos tribunais americanos.
Os inquéritos nos Estados Unidos servem a um propósito que transcende qualquer indivíduo ou entidade legal. Esta é a arquitetura da Constituição dos EUA, que é projetada para desenterrar delitos de alto nível através de uma variedade de canais para o cidadão americano ter acesso.
As consequências do relatório de Mueller sinalizarão se os americanos ainda vivem em um Estado de Direito ou caminham para o Terceiro Mundo. Neste, a lei não vale para todos e, precisamente por isso, as elites abiscoitam salvo-conduto para navegar livremente no terreno da clandestinidade – portanto, se for o caso, conspirar e ir para a cama com o inimigo.