O presidente Michel Temer dá pessoalmente seu empenho para baixar a temperatura da crise gerada pelo episódio da ação da Polícia Federal, que prendeu diretores da Polícia Legislativa no Senado Federal. O fato provocou a reação do presidente do Congresso, Renan Calheiros, que criticou a operação autorizada pelo juiz de primeira instância Vallisney Oliveira, da 10a. Vara do DF.
Na ocasião foram levados pela PF equipamentos de detecção de escuta e espionagem a senadores. Renan disparou palavras contra Vallisney, chamando-o de “juizeco” e também contra o ministro Alexandre Moraes, nominando-o de “chefete de polícia”. Isto ensejou a que a ministra Carmen Lúcia saísse em defesa dos magistrados, dizendo-se ofendida com a declaração do senador.
Ontem o presidente Michel comentou a decisão do ministro do STF, Teori Zavascki, que determinou a suspensão temporária da Operação Métis argumentando que tal ação deveria ser autorizada pela Suprema Corte, já que somente ela pode autorizar a investigação de parlamentares. Temer destacou a importância do respeito à hierarquia do Poder Judiciário.
Hoje Michel Temer é um dos presentes numa reunião, no Palácio Itamaraty, da qual participam também os presidentes do Supremo Tribunal Federal, a ministra Carmen Lúcia, do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. A iniciativa do encontro é do chanceler Jose Serra e o tema é a segurança das fronteiras do Brasil com os países sul-americanos. Assunto que, obviamente, tem relação direta com os ministros da Defesa, Raul Jugmann e da Justiça, Alexandre Moraes, além dos comandantes militares.