História – 1980: os generais Pinochet e Figueiredo

Os generais Augusto Pinochet e João Figueiredo no passeio de charrete num quartel de Santiago do Chile, em 1980 - Foto Orlando Brito

Considerado ditador impiedoso, o presidente Augusto Pinochet não merecia a visita de nenhum mandatário internacional. Mas o general João Figueiredo resolveu dar uma demonstração de desagravo ao seu colega chileno. E como prova de amizade e espírito de latinidade, desembarcou em Santiago em 10 de outubro daquele ano para uma visita de quatro dias. Lado a lado, passaram as tropas em revista, brindaram aos seus ideais e passearam de charrete puxada a cavalos.

Corriam as décadas 1970 e 1980 e os países do chamado Cone Sul eram varridos por uma onda de regimes de exceção, com militares no poder. Assim era na Argentina de Rafael Videla, na Bolívia de Hugo Banzer e Garcia Meza, Paraguai de Alfredo Stroessner, Peru de Morales Bermudes, Uruguai de Apararício Mendez, e ainda no Chile de Augusto Pinochet e no Brasil de João Figueiredo.

O general Figueiredo recebera o governo do general Ernesto Geisel, sucessor do general Garrastazu Médici, cujos antecessores foram os generais Costa e Silva e Castello Branco. Tinha ainda mais cinco anos à frente do Palácio do Planalto. Se impacientava com uma oposição que exigia eleições diretas para presidente da República e administrava o processo de volta dos militares aos quartéis.

Já Pinochet para se tornar chefe de estado chileno, comandou um sangrento bombardeio ao Palácio de La Moneda, em Santiago, em 1973, no qual morreu o presidente legalmente eleito, Salvador Allende. Seu período de governo ficou marcado como um dos mais violentos e tenebrosos da história, responsabilizado por milhares de prisões e assassinatos, tortura, censura e corrupção.

 

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