Temer não é inocente I. O desemprego recorde e a operação Lava-Jato pesaram entre as motivações que levam eleitores a reprovar majoritariamente o governo Michel Temer. Se é indiscutível que as atuais mazelas econômicas e sociais têm sua origem no desastroso governo Dilma Rousseff, não é menos verdade que a senhora de bofes virados não fez toda a lambança sozinha.
Temer não é inocente II. De acordo com a pesquisa CNI/Ibope, divulgada na sexta, 31, 55% dos eleitores consideram o governo Michel Temer ruim ou péssimo. Outros 31% o avaliaram como regular. Para apenas 10%, ele é ótimo ou bom. Ou seja, a desaprovação ao mandato-tampão de Temer é maciça.
Temer não é inocente III. Afora o PT, que persistiu em mantê-la como presidente após os sinais de desgoverno do primeiro mandato, houve o apoio indispensável do PMDB de Temer. Ele mesmo, então presidente da sigla, elemento decisivo para a sustentação da mandatária, já que parte expressiva do PMDB rejeitava a aliança PT-PMDB.
Temer não é inocente IV. Certo que Temer e seu PMDB foram elementos passivos nas aventuras fiscais da mandatária que só ouvia quem com ela concordasse. Mas a sustentação política, parlamentar e eleitoral não seria viável caso os peemedebistas retirassem sua chancela à coalizão. Temer não é inocente. O descontentamento do povaréu com sua gestão, conscientemente ou não, tem lastro no eterno apego do PMDB com quem esteja no poder.
Venezuela petista I. Não é possível quantificar o quinhão do PT na derrocada da democracia na Venezuela, país que sempre contou com apoio petista. A economia por lá está em frangalhos e a liberdade, fragilizada. Contraditória, a sinistra brasileira aplaude o regime arbitrário de Nicolás Maduro Moros, enquanto por aqui se esbalda na plena liberdade para tentar desconstruir a democracia brasileira.
Venezuela petista II. Entre os métodos do caudilho para intimidar a oposição estão o corte de repasses ao Legislativo, informa Juan Francisco Alonso no Estadão deste domingo, 2. Já são nove meses nos quais os deputados venezuelanos vivem sem salários.
Moro não perdoa I. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), exibiu sinais vitais de riqueza e pareceu valer-se do mandato parlamentar para benefício próprio. Em que pese a fama de ladino, deixou-se apanhar com provas robustas de seus malfeitos, tudo revelado pela operação Lava-Jato.
Moro não perdoa II. Nas mãos de juízes supremos, sabe-se lá quando seria sentenciado. Se seria. Nas garras de Sergio Moro, o sufeta de Curitiba, foi sumariamente condenado a mais de 15 anos de prisão. Trata-se da primeira acusação julgada. Há outras.
Moro não perdoa III. Fácil entender por que a Corte Suprema é vista como mostruário escorreito da Justiça: morosa e pouca efetiva. Já o sufeta angariou a imagem de herói popular.
Ensino para quem precisa I. A sinistra deu, mais uma vez, mostras do convívio amigável com a elite econômica – como, aliás, deslindou a Lava-Jato. Ao trabalhar pela rejeição da PEC que permitia a cobrança de alguns cursos de pós-graduação, inverteu a pirâmide econômica. A base, os mais pobres, prosseguem sustentando o vértice superior, onde ficam os abastados.
Ensino para quem precisa II. Ensino público e gratuito universitário no Brasil, dogma da sinistra, tem como consequência bancar a elite com dinheiro da patuleia. As melhores universidades, as federais, são barradas à maioria dos despossuídos.
Inativo temporão I. De 2,8 milhões de servidores estaduais na ativa, 51% têm direito a aposentadoria especial. De acordo com estudo do Ipea divulgado por Alexa Salomão, d’O Estado de S. Paulo de domingo, 2, 96% dos policiais militares se aposentam com menos 50 anos.
Inativo temporão II. Além de insustentável, as regalias do funcionalismo ampliam a desigualdade num país de mais de 13 milhões de desempregados e onde a maioria do povaréu se aposenta com um salário mínimo. Mesmo assim, os governadores não se movem para pressionar o Congresso Nacional a aprovar regras de aposentadorias iguais para todos os cidadãos.
Inativo temporão III. O jornalista Antonio Machado, que sabe fazer contas, expôs números que revelam a distorção dos gastos com servidores. A receita líquida nominal da União no primeiro bimestre de 2017 caiu 1,8% vis-à-vis mesmo período de 2016. Já a despesa total recuou 3,2% na mesma comparação. Gasto com pessoal? Inchou 12,6% no bimestre.
Imagina se não fosse. “Poderoso”, “esperto”, “ardiloso”, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, amarga sua primeira sentença: 15 anos de cadeia. Ou todos os epítetos são verdadeiros e sua vingança será maligna, ou a esperteza engoliu o rato.