O problema não é o TSE. É depois.

Presidente Michel Temer.

Nem de longe a mídia desta segunda-feira reflete, na véspera, o clima de um julgamento em que o TSE estaria prestes a cassar a chapa presidencial vencedora em 2014, derrubar o presidente da República e etc. Não reflete porque simplesmente não vai rolar.

Ninguém sabe bem como, e nem por que, mas consolida-se no mundo político a avaliação de que Temer vai escapar. Seja por pedidos de vistas que vão adiando indefinidamente um desfecho, seja pela separação da chapa ou pela mudança próxima na composição do tribunal. O certo é que não há, no cenário, o obrigatório movimento de reorganização das forças políticas que precede esses momentos e estabelece um novo pacto para o futuro.

A pergunta que mais inquieta hoje Brasília é: escapar para quê? Ou seja, qual será o grau de governabilidade e a chance de “sucesso” do governo Temer daqui em diante. Não basta sobreviver. Tem que manter a base coesa e aprovar alguma reforma – quem sabe um pedacinho da Previdência? – para não se transformar em zumbi e chegar à eleição do ano que vem com chance de ver algum aliado ser competitivo.

Esse é o cálculo que os pragmáticos partidos e políticos que inventaram o impeachment fazem hoje: até quando e em que intensidade continuar apoiando um governo que ainda não conseguiu mostrar recuperação da economia e dificilmente sairá do abismo da impopularidade?

Renan Calheiros apressou-se e parece estar fazendo sua aposta. Pode ter sido o primeiro, mas não será o único.

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