Vespertinas: a alternativa chilena

Sebastián Piñera - Foto Divulgação

Destra ou sinistra I. Rumamos para o final do primeiro quarto do século XXI, mas, diante de uma eleição, é como se estivéssemos no século XX. Direita e esquerda. Esquerda e direita.

Leia tambémComo Sarney, Lula também não é uma pessoa comum.

Destra ou sinistra II. Noves fora serem conceitos cada vez mais fluidos, destra e sinistra servem a conveniências taxológicas, já que é preciso rotular tudo e todos. Como se inexistisse o direito de não ser identificado com nenhuma classificação acadêmica.

Destra ou sinistra III. Basta ver Alice Weidel, da AfD (Alternativa para a Alemanha). Lésbica e de “direita”, é contra o casamento gay. Ou o vereador Fernando Holiday, negro, homossexual e de “direita”.

“Perpetuar-se no comando da nação,
sonho manifesto de PT e PSDB (…).”

O antígeno chileno I. O Chile pós-Augusto Pinochet tem revezado de maneira madura e com razoável sucesso seus mandatários. No último domingo, 17, os eleitores chilenos que se dispuseram a votar (menos da metade do eleitorado) entronizaram novamente o bilionário Sebastián Piñera, que outra vez substitui Michelle Bachelet.

O antígeno chileno II. Talvez o que de melhor tenha acontecido por lá tenha sido justamente a alternância de poder. Perpetuar-se no comando da nação, sonho manifesto de PT e PSDB, é quase sempre (senão sempre) deletério para os nativos.

O antígeno chileno III. Inglaterra e Estados Unidos, estáveis e velhas democracias (certo, Donald Trump não estava no script), convivem com a alternância saudável onde o partido no poder sabe que se encastelar no governo não é uma opção. Não tardará e o eleitor quererá trocar o mandatário da vez.

O antígeno chileno IV. Além de expurgar inclinações autoritárias, o revezamento pode funcionar como antígeno de tendências à ladroagem sistemática. Pode, ainda, evitar a acomodação e os vícios das políticas públicas.

Adeus, Temer. Pesquisa da Arko Advice com quem entende do assunto revelou que o presidente Michel Temer não será candidato à reeleição. De 209 deputados federais, 83% disseram não acreditar nesta hipótese. Inclusive na sua bancada, a do PMDB.

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