O depoimento do ex-ministro Antonio Palocci é arrasador para o PT. Trata-se de um petista que conviveu intimamente com os dois governos da sigla: Lula e Dilma.
Portanto, suas acusações sobre a corrupção que enodoou as administrações do partido são verossímeis. Ou seja, são plausíveis.
Antes, porém, de chegar à condição de elemento de convicção necessitam de outro fator: provas. As quais, até aqui, não apareceram.
Episódios de delação recentes da Lava-Jato já demonstraram que a acusação verbal nem sempre se configura em material probatório. Palocci, no entanto, não é acusador qualquer.
Não foi apenas uma testemunha dos (des)governos petistas. Era general estrategista. Assim, caracterizá-lo como “delator em busca de benefícios da delação premiada” representa apenas uma desforra retórica das hostes estupefatas com os petardos paloccistas.
Afinal, ele não escondeu em seu depoimento ao juiz Sérgio Moro que busca o benefício de uma delação. As provas, assim, viriam depois de negociada a redução de pena e a mitigação da sentença que ele já carrega em seu prontuário.
Palocci é cerebral e apreciador de vida abastada. Buscará a liberdade pela via mais segura que dispuser. Se as têm, as provas devem estar guardadas à espera de um procurador ou juiz disposto a abrir-lhe as portas do cárcere em troca do troféu maior.
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O NOME DISSO É MÚSICA: Diana Damrau / Mozart.