De acordo com a rádio Jovem Pan, o ex-prefeito Luiz Marinho afirmou que a “imprensa quer acabar com o PT”. Equívoco do hoje candidato ao governo de São Paulo. Não é possível acabar com o que já foi extinto.
Não a sigla, que continua arregimentando militantes País adentro. Muito menos o lulismo, que conta com milhões de seguidores. Mas o PT original, este escafedeu-se.
Desapareceu o partido que um dia representou a esperança de que era possível fazer política com ética. Extinguiu-se o partido que era supostamente formado por militantes por princípio, e não por políticos sem princípios.
Restou uma sigla com ideias ultrapassadas e onde a rigidez moral vale apenas para os adversários. Não fossem cegos pelo fundamentalismo nascido no século XIX e falecido no século XX, perceberiam que os apóstatas – aqueles que acreditaram no PT original – não rejeitaram a legenda pelo que ela representava, mas pelo que deixou de representar.
Desalento como legado
Se estas ideias atormentassem apenas os pensadores mortos, estaríamos falando de platitudes. Ocorre que o fundamentalismo revolucionário permanece insepulto, provocando estragos. Onde é implantado quase sempre fenece a liberdade e cresce a desigualdade.
“Os apóstatas
– aqueles que acreditaram no PT original –
não rejeitaram a legenda pelo que ela representava,
mas pelo que deixou de representar.”
A crença fanática de que somente a sinistra representa os pobres encobre a visão do óbvio: é nos países desenvolvidos, com menos Estado e mais liberdades individuais onde as injustiças sociais são menores. Como leem seus manuais de esquerdistas como fanáticos interpretam a Bíblia ou o Alcorão, ignoram a realidade para viver na fantasia.
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O PT que muitos sonharam tornar-se-ia um marco da Nova Política jaz como ícone da Velha Política. Deixou como legado à cidadania brasiliana o desalento generalizado.
O pecado principal do PT talvez não tenha sido sucumbir à avareza, mas liquidar a esperança na política como mediadora de interesses conflitantes sem o uso da força. O dinheiro roubado pode ser recuperado. Já a esperança na boa política deve consumir uma geração de brasileiros.