Bolsonaro Trump, Ciro Trump. O arrastão da Lava-Jato produz seus filhotes

O arrastão da Lava-Jato continua a assanhar aventureiros país adentro. Depois de Jair Bolsonaro e seus quase quatro milhões de likes no Facebook, é a vez de Ciro Gomes, que volta a mirar a presidência da República.

A surpresa norte-americana ensina que não há por que duvidar. Donald Trump, o boquirroto empresário bilionário de cabelo engomado, jogou contra todos e venceu, tornando-se presidente dos EUA.


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Por aqui, Bolsonaro Trump pode virar o personagem burlesco a animar debates eleitorais. Por caricato e extravagante, a imprensa e o establishment não o levam muito a sério, embora os produtores de memes nas redes sociais o adorem.

Quando nos dermos conta, “é tarde demais”, como observou a divergente Helena Chagas. É assim também que Ciro Trump é encarado. Um outsider que diz o que lhe vem na telha e não tem medo de atacar celebridades como o sufeta de Curitiba.

O vídeo de oito segundos que corre nas redes é mostra de seu potencial. “Ele que mande me prender. Eu recebo a turma dele na bala”, desafia Ciro Trump, referindo-se ao juiz Sergio Moro.

Com mais verniz (e mais dinheiro), João Doria também pode fazer parte dessa lista de improváveis candidatos. Não tem medo de jornalistas, está sempre disposto a “causar” e adora as redes sociais. Quem sabe um Doria Trump, redivivo do folclórico Jânio Quadros e sua vassourinha.

Consequência destes tempos de falência múltipla do sistema político, os filhotes de Trump aproveitam a onda e ignoram os políticos tradicionais. Tudo impulsionado pela Lava-Jato, que provoca um arrastão a varrer os meliantes do erário do cenário eleitoral, abrindo caminho para arrivistas de todos os matizes.

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