O presidente do TSE, Gilmar Mendes, correu agora para explicar que apóia a votação do projeto que pune o abuso de autoridade no Senado, anunciada ontem por Renan Calheiros. Foi um jeito de dividir a responsabilidade e evitar que a ira da Lava Jato recaia toda sobre o presidente do Senado, acusado de querer melar a operação.
Afinal, apesar de todos os desmentidos, o projeto poderia perfeitamente chamar -se, por exemplo, de Lei Sérgio Machado. Entre os dispositivos que limitam a atuação das autoridades se investigação, está a proibição de gravação de conversas que não seja autorizada pela Justiça. Se isso já estivesse em vigor, a bombástica delação de Machado teria ido para o espaço.
É bom lembrar que o pessoal da Lava Jato não costuma perdoar quem tenta limitar seus poderes. Dilma Rousseff, por exemplo, passava ao largo do alvo quando resolveu baixar a MP que facilitava os acordos de leniência para as empreiteiras envolvidas. Moro virou o canhão para ela e até gravação de conversa com Lula veio a público. Deu no que deu.