Não foi apenas para agradar os militares – que queriam ter um deles à frente do Ministério da Defesa – que o presidente interino Michel Temer recriou o Gabinete de Segurança Institucional no Palácio do Planalto e indicou para seu comando o general Sérgio Etchegoyen. Na verdade, a missão principal de Etchegoyen será controlar a Abin, que no último ano do governo Dilma Rousseff ficou subordinada à Secretaria de Governo da Presidência, nas mãos, portanto, do então ministro Ricardo Berzoini.
O que moveu Temer foi uma forte, fortíssima, desconfiança de seu entorno de que o vice, ao longo dos últimos meses, vinha sendo espionado. Interlocutores de Temer apontam uma série de indícios de que isso estaria acontecendo e o suspeito número 1 é a Abin.
Pelo sim, pelo não, uma das primeiras providências do presidente interino foi tirar a Abin de qualquer esfera de influência política, devolvendo o órgão ao comando profissional – como, aliás, ela esteve durante os cinco primeiros anos de governo de Dilma, quando o GSI ainda existia e era comandado pelo correto general José Elito Siqueira.