Planalto veta avião e helicóptero presidenciais para Dilma

Dilma Rousseff, o helicóptero presidencial e o Palácio da Alvorada. Foto Orlando Brito

Entre todas as tensões que agitaram os bastidores do poder na sexta-feira (13), durante horas ocorreu uma queda de braço entre a equipe da presidente afastada Dilma Rousseff e o novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchgoyen. Como a notificação do Senado para seu afastamento deixou brechas para interpretações, Dilma se achou no direito de reivindicar, fora a caneta presidencial e o gabinete no Palácio do Planalto, tudo o que ainda acha ter direito. Conseguiu algumas coisas, ampliando sua assessoria no Palácio do Alvorada. Mas não levou o que mais queria.

Pediu, por exemplo, para usar o Airbus presidencial, o famoso AeroLula, em seu deslocamentos pelo país e até no exterior. Queria embarcar nele naquela sexta-feira na viagem para Porto Alegre. Mesmo recebendo a informação de que o avião presidencial dispõe de equipamentos específicos, entre eles os de comunicação, necessários para o presidente em exercício, bateu pé. Mas não levou. Por ironia, foi lhe destinado um Legacy que até a véspera atendia ao então vice-presidente Michel Temer.

Dilma reivindicou, também, o helicóptero presidencial, um VH-34 Super Puma, colocado pela Força Aérea Brasileira( FAB) à disposição da Presidência da República. O Palácio do Planalto não topou, o helicóptero também está a serviço do presidente interino Michel Temer.

Dilma ainda queria requisitar um general do Exército para  ser seu elo com os militares. Também não foi atendida. Dilma sentiu uma sensação parecida com a que Fernando Collor descreve como o momento em que caiu a ficha de seu afastamento da Presidência da República. Depois de notificado pelo Senado, ele deixou o Palácio do Planalto, de mãos dadas com Rosane Collor, e hostilizado por funcionários da presidência. Embarcou no helicóptero presidencial, pediu para que fosse feito um sobrevoo em um CIAC – versão federal dos CIEPs criados no Rio de Janeiro pelo governador Leonel Brizola –, em Santa Maria, cidade satélite de Brasília. O piloto se recusou. “Não tem querosene para isso”. E desembarcou Collor na Casa da Dinda.

 

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