Vai ser uma semana da pesada: a última de Rodrigo Janot na PGR, a transferência de Joesley Batista preso para a PF em Brasília, o novo depoimento de Lula em Curitiba, a votação da reforma política e, certamente, muito mais. No Planalto, que vem se preparando para o último tiro de canhão de Janot, a preocupação é grande: teme-se que o presidente Michel Temer venha ser alvo de duas denúncias, e não apenas uma.
Além do que já se esperava, a denúncia por obstrução de justiça com base na delação agora homologada de Lúcio Funaro, os aliados de Temer receberam indicações de que virá outra também por organização criminosa, possivelmente turbinada pela denúncia que Janot apresentará nas próximas horas sobre o “quadrilhão” do PMDB da Câmara
Há semanas, o PGR teve negado pelo ministro Edson Fachin seu pedido de inclusão de Temer no inquérito que investiga o PMDB da Câmara e tem, entre outros alvos, os ex-deputados Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima, e operações envolvendo a Caixa e outros órgãos públicos, além da suposta negociação de medidas provisórias e outras decisões.
Segundo advogados que atuam no STF, isso não quer dizer, porém, que ele não possa ser denunciado por fazer parte da apontada organização criminosa. Até porque, nos últimos dias, essa investigação acabou turbinada por fatos diversos, como a delação de Funaro e a apreensão dos R$ 51 milhões com as impressões de Geddel num apartamento em Salvador.
A reação do governo, que não conseguiu saborear a boa notícia da desmoralização da delação premiada da JBS, começou no fim de semana: na tentativa de mudar de assunto, colocou em campo até o ministro da Fazenda, mais uma vez ressuscitando o discurso da votação da reforma da Previdência em outubro. Agora vai.