Reunião de Michel, Renan, Maia e Cedraz fecha reação à Lava Jato

Ministro do TCU, Aroldo Cedraz

Vai além, muito além de uma investida do presidente do Senado para obter o apoio de Michel Temer a suas iniciativas contra os salários do Judiciário e os abusos de autoridade o almoço organizado no sábado por Renan Calheiros. Além dos presidentes da República e do Senado, também estiveram lá os da Câmara, Rodrigo Maia, e do TCU, Aroldo Cedraz, além do ex-presidente José Sarney, do secretário Moreira Franco e do candidato à sucessão de Renan Eunicio  Oliveira. O que se fechou ali foi a reação do establishment político ao tsunami da Lava Jato às vésperas da delação premiada da Odebrecht.

Um dos pratos principais, e aí se explica a presença de Cedraz, foi o projeto que trata dos acordos de leniência que podem livrar as empresas  de sanções como a de não contratar mais com o poder público e até revogar condenações penais de seus executivos. Em sua primeira versão, o texto do deputado André Moura havia sido bombardeado, na semana passada, por excluir o TCU das tratativas.

A conversa com Cedraz serviu para uma aproximação que deve gerar nova versão, mais atenuada mas ainda assim salvadora para as empresas. Isso é fundamental para o encaminhamento de outras etapas do movimento de reação do establishment político, como a anistia ao caixa 2, com a qual todos os presentes ali concordam. Para Michel Temer, seria mais fácil se ele não tivesse que sancionar um texto explícito nesse sentido – se o projeto ficar apenas na criminalização do caixa 2 ou se for feito por emenda constitucional – mas ele não hesitará em fazê-lo se for necessário.

Rodrigo Maia entrou na conversa porque caberá a ele trabalhar para aprovar essas matérias nos próximos dias. Espertamente, ele está colocando sua própria reeleição no pacote, pois sabe que o momento de negociar o apoio do governo e do PMDB agora.

Boa parte dos presentes será citada direta ou indiretamente nas próximas delações, o que, por si só, já explica o acordo. O resumo da ópera é que o establishment político já se entendeu e organizou a ofensiva do império contra os jedis da força-tarefa e do Ministério Público.

 

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