As pressões das últimas horas saíram pela culatra e parecem ter tido o efeito de levar a ministra Cármen Lúcia a antecipar a homologação das delações da Odebrecht para agora de manhã. O jogo estava ficando a cada hora mais pesado, inclusive com insinuações vazadas à imorensa de que a ministra estava em busca de notoriedade e protagonismo político, e ela resolveu botar um ponto final logo no assunto. Todas as atenções e preocupações se dirigem agora para o próximo passo: Carmen Lúcia vai suspender o sigilo dos depoimentos?
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Teori Zavascki havia dado sinais a interlocutores de que acolheria o pedido do Ministério Público nesse sentido, e essa decisão, prevista para fevereiro, havia se transformado no maior pesadelo da República. Tudo indica que Carmen Lúcia, que já foi além do que muita gente esperava com a homologação, não tomará essa iniciativa, deixando a decisão para o futuro relator da Lava Jato. Na pior das hipóteses para os acusados, no governo e fora dele, esse sujeito só tomará essa decisão, a pedido do MPF, dentro de algumas semanas – após ser escolhido e se inteirar do conteúdo das centenas de depoimentos.
A consequência mais importante da decisão de Carmen Lúcia agora pela manhã é que esses depoimentos começarão a servir de base a novas investigações, diligências e ações por parte da Procuradoria Geral da República. No alvo dessas investigações, a turma do foro privilegiado.
A República ainda respira, mas agora com mais dificuldade.