Repatriação: a volta dos que não foram

Deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara - Foto Orlando Brito

Um governo, ainda mais quando tem base tão ampla, é um ajuntamento de forças e interesses que se digladiam em torno de políticas e decisões. A equipe econômica ficou satisfeita com o fracasso na negociação do novo projeto da repatriação, os governadores – até do PT – ficaram enfurecidos e o Planalto ressabiado. Tudo indica que, nos próximos dias, será feita uma última tentativa de retomar a votação das modificações no texto.

O rompante de irritação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que é defensor do projeto mas o retirou de pauta diante da falta de acordo no plenário, já está sendo interpretado como uma atitude drástica destinada a levar os que criam problemas à razão: ou é isso ou nada. Como isso, para muita gente, é melhor que nada, haveria um recuo de posições em favor de um acordo na próxima terça-feira.

Os governadores do PT, por exemplo, estão passando o Dia da Criança pendurados no telefone, tentando convencer os caciques do partido a orientar a bancada a suspender a  obstrução ao projeto. Ainda que não tenham obtido sucesso em sua primeira proposta, os governadores, em conjunto, elevariam de cerca de R$ 5 bilhões para algo até R$ 15 bilhões sua participação na arrecadação prevista pela nova versão da lei da repatriação. Nesse ponto, governadores de todos os partidos, do governo e da oposição, estão fechados.

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