Reforma da Previdência está virando piada

Presidente Temer

É comum a estratégia dos governos de mandar ao Congresso projetos polêmicos com medidas draconianas para depois negociar a retirada dos excessos e preservar o essencial. São os chamados “bodes”, ou gorduras, que os deputados e senadores retiram do texto para fazer média com o eleitorado. O problema é quando o Planalto erra na dose, como parece que ocorreu na reforma da Previdência, e coloca todo o seu conteúdo em risco.

Pontos claramente exagerados, como a mudança no cálculo que levará o trabalhador a contribuir por absurdos 49 anos para ter direito à aposentadoria integral, e a iniquidade de se prever o pagamento de pensões  e benefícios de valor menor do que o salário mínimo chocaram boa parte da pessoas que já tomaram conhecimento do assunto. Pior, já estão virando motivo de piadas e memes que tomaram as redes, naquele tipo de reação muito mais corrosiva do que a crítica – o humor.

Vocês já viram aquela dos velhinhos, “professores tomando banho de sol no recreio após a nova lei da previdência”? E a do espermatozóide chegando ao óvulo “na idade ideal para começar a contribuir para a Previdência para fazer jus à aposentadoria integral”? Pois é.

Num momento de desemprego, empobrecimento e redução de benefícios sociais, para muitos não terá graça nenhuma. Muita gente entende que é preciso mexer na Previdência, inclusive estabelecendo uma idade mínima. Mas a imagem que se consolida de uma reforma que é necessária e importante vai ficando altamente negativa. Somando-se a isso a insatisfação geral que começa a animar de novo as ruas e  a impopularidade crônica do governo Temer, tem-se uma situação de alto risco para o governo.

Além de não conseguir aprovar a reforma da Previdência, o governo dá um discurso perfeito para a oposição na linha do desmonte das conquistas sociais dos últimos anos.

 

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