O movimento Todos pela Educação, uma respeitada ONG que se dedica ao tema, reuniu especialistas e elaborou um plano com sete medidas prioritárias para um salto de qualidade na educação brasileira. Está levando essa proposta-compromisso aos candidatos à presidência da República. Mas até agora apenas Marina Silva, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e João Amoedo quiseram conversa e se interessaram em discutir o documento.
Jair Bolsonaro e seus assessores, inclusive o economista Paulo Guedes, marcaram e desmarcaram um encontro várias vezes. Álvaro Dias teve uma conversinha rápida. Lula, por motivos óbvios, não foi procurado ainda. Mas é possível que, em breve, os representantes do movimento se encontrem com Fernando Haddad, que além de estar trabalhando no programa de governo petista, tem boas relações com o Todos pela Educação desde que ocupou o Ministério da Educação.
Haddad, se vier a ser candidato no lugar de Lula, e Ciro Gomes, aliás, são, entre todos, os que podem falar com mais propriedade sobre o tema e adotá-lo como bandeira. Haddad foi ministro e consolidou diversas iniciativas importantes, como o Enem e a ampliação do Fundeb. Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-prefeito de Sobral, deixou como legado – aperfeiçoado pela gestão do irmão Cid – um dos melhores resultados do país no combate ao analfabetismo e no acesso ao ensino fundamental.
Desemprego, ajuste fiscal, reforma da Previdência, segurança e corrupção são temas que têm dominado a agenda dos pré-candidatos e da mídia, deixando a Educação num segundo plano. Mas o candidato que se comprometer com uma agenda consistente sobre o assunto, colocando-o no topo de suas prioridades, pode ter uma boa surpresa em outubro.