Fabrício Queiroz não apenas reapareceu, mas parece estar fazendo questão de mostrar isso — ou ele ou alguém interessado em fazer andar as investigações paralisadas desde que o ministro Dias Toffoli suspendeu os inquéritos baseados em informações do Coaf sem autorização judicial. No mundo político, opiniões se dividem em relação aos vazamentos de conversas dos últimos dias veiculados pela Folha de S.Paulo e por O Globo. Aliás, as atenções se concentram no espantoso conteúdo das afirmações de Queiroz, que faz pose de conselheiro presidencial, cacique do PSL e uma ameaça velada ao “chefe” — ninguém está muito preocupado com a suposta ilegalidade das gravações.
A dúvida que amanheceu nesta segunda-feira é sobre quem teria maior interesse na veiculação das conversas: o Ministério Público e outras autoridades de investigação que querem forçar a reabertura do caso ou o próprio Queiroz, que declaradamente se sente abandonado pelo chefe? A única certeza é de que o escândalo primordial do governo Bolsonaro voltou ao primeiro plano, e que o presidente da República, ainda em seu giro pela Ásia e pelo Oriente, terá que enfrentar o assunto.
Queiroz voltou, com um linguajar chulo e uma impensável postura de quem fala como se fizesse parte do governo, tratando de nomeações e de “lapidar a bagunça “ do PSL. No conjunto da obra das crises do governo Bolsonaro, pode ser um fator decisivo.