O DataFolha deste fim de semana jogou uma pá de cal nas últimas chances de retorno de Dilma Rousseff ao Planalto, que já vinham ficando para lá de remotas. Tão significativo quanto o dado de que metade dos brasileiros prefere manter Michel Temer (50%) a trazer Dilma de volta (32%), é o reduzido apoio da população à alternativa de convocação de novas eleições. A proposta não colou e a turma prefere ir mantendo Temer, embora sua popularidade não seja também lá essas coisas.
Mas a sinalização mais importante dessa pesquisa e de outras da temporada é de que, se que vamos de Temer até 2018, ninguém tem a menor ideia do que vai acontecer quando chegarmos lá.
O ex-presidente Lula dá um notável sinal de resistência ao se manter, até com um pequeno crescimento, na liderança das pesquisas presidenciais, ganhando certa distância de Marina Silva, com quem vivia há dois meses uma situação de empate. Depois do massacre da Lava Jato, que poderá inclusive lhe tirar as condições de se candidatar, a resiliência do ex-presidente é surpreendente.
O DataFolha mostra, sobretudo, que Lula retornou aos números pré-presidencia e tem consolidado o apoio de uma fatia de pouco mais de 20% da população, para o bem e para o mal, na saúde e na doença. Bom para ele, mas insuficiente para vencer uma eleição presidencial. Ele só conseguiu isso, lá atrás, quando quebrou a barreira e ampliou esse apoio.
Isso não será fácil de acontecer de novo, e é missão quase impossível em 2018, conforme as pesquisas. Lula está na frente, mas perde com certa folga para Marina Silva e para José Serra em segundo turno. Praticamente empata com Aecio Neves e Geraldo Alckmin – o que já nos dá uma certa pista de quem é o candidato mais forte do conjunto de forças que apoia hoje o governo Temer.