Militares temem banalização da Força Nacional

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Falta de autoridade – é a crítica que mais se ouve nos bastidores entre altas patentes militares. Os comandantes da Força Nacional estão, disciplinadamente, atendendo às solicitações para que sejam enviadas tropas para o Rio, a exemplo do que o ocorreu no Espírito Santo. Mas, internamente, questionam se isso não está sendo feito prematuramente.

 


Leia também:

Gravação pode explicar matança capixaba (Andrei Meireles)

Segurança: Planalto a caminho de um novo desastre (Helena Chagas)


 

O que está incomodando os militares é a dificuldade dos governos estaduais em lidar com as ameaças de rebelião em suas PMs. Na prática, a avaliação é de que está faltando autoridade. Um desses comandantes lembra episódios anteriores, como o que ocorreu em Pernambuco, por exemplo, no governo Jarbas Vasconcelos. O governador não hesitou em mandar prender e punir os líderes do movimento, que acabou contido.

Os principais comandantes da Forças armadas estão hoje seriamente preocupados com o papel que está sendo dado à Força Nacional, que corre o risco de ter sua atuação – que deveria ser excepcional – banalizada. Acham que isso pode acabar resultando em problemas, já que militares não são treinados para fazer segurança urbana, e, consequentemente, em desgaste sobretudo para o Exército.

Por isso, os militares insistiram em ficar  no Rio apenas até dia 22, antes do Carnaval. Afinal, acham que o estado deve se responsabilizar pelo evento. Mas já começam a desconfiar que as autoridades do Rio vão pedir para a Força Nacional ficar é que as autoridades federais vão concordar. O mal estar cresce.

Deixe seu comentário