Dificilmente a divulgação da pesquisa CNI/Ibope de hoje, mostrando que nunca antes neste país houve um presidente tão impopular, irá mudar o curso dos acontecimentos na votação da denúncia contra Michel Temer no plenário da Câmara. A decisão pode até ser adiada, mas continua não havendo votos, ou interesse político suficiente para afastá-lo.
Nosso Congresso, capturado pelas mais diversas forças do establishment, continuará sua marcha da insensatez rumo a 2018 desconectado da grande maioria. E é provável que Michel Temer, com seus 5% de aprovação, continue governando o Brasil até 1 de janeiro de 2019.
Mas o que acontece com presidentes em tal estado de decomposição política? Quando não caem, viram zumbis. Os políticos tiram deles tudo o que podem até uma data próxima das eleições – e depois caem fora.
Governos com tal desaprovação não aprovam agendas próprias, nem aglutinam forças políticas para eleger ou influir na eleição de sucessores. Vão a reboque.
E, com sua configuração de zumbis, passam a ser cada vez mais apavorantes para seus aliados. Mesmo quem fica no governo passa a correr deles na hora dos eventos, fotos e imagens.