Na conversa olhos nos olhos que teve ontem em Curitiba com Lula, Fernando Haddad ouviu do ex-presidente a recomendação para não o visitar mais na PF. Lula disse, segundo relatos petistas, que deu sua contribuição para a campanha e que agora Haddad e o PT podem seguir adiante no comando.
Disse-lhe que fizesse as mudanças que julgassem necessárias, lembrando que, por tradição, a direção do PT e todas as correntes e os segmentos que militam no PT sempre estão representados na coordenação central da campanha. O ex-presidente recomendou que sejam incorporados ainda integrantes de partidos e movimentos que vierem se somar à campanha neste segundo turno, como o PSOL e o PDT de Ciro Gomes, por exemplo.
As negociações com essas forças políticas em torno de mudanças no programa de governo serão conduzidas por representantes dessa coordenação e pelo candidato.
Com isso, Lula deixou claro, indiretamente, que chegou o momento de Haddad ser mais Haddad e menos Lula, autorizando a inflexão que o candidato terá que fazer para se aproximar do eleitorado de centro.
A desenvoltura com que Haddad falou ontem de José Dirceu no Jornal Nacional, excluindo sua participação na campanha e no governo, já pode ser atribuída a esse novo equilíbrio de forças na campanha.