Alguns setores da centro-direita começam a se render à constatação inevitável de que não têm alternativa melhor do que Geraldo Alckmin e se movimentam para tentar fortalecer sua candidatura. É nesse contexto que podem ser entendidos o anúncio do PSD de formalizar coligação com o tucano e a desistência, hoje, do candidato do PRB, Flávio Rocha.
Acima de tudo, essas forças aceitaram participar de uma articulação do próprio candidato para mostrar, neste momento decisivo, que é viável. Seu objetivo é, a partir desses apoios ainda incertos e rarefeitos, mostrar aos partidos do chamado Centrão que o tucano está agregando forças e tempo na TV, tornando-se mais competitivo. Alckmin espera, a partir disso, atrair o DEM, o PP e o Solidariedade, que hoje oscilam entre ele e Ciro Gomes.
Nessa linha, Geraldo Alckmin pode agradecer ao Planalto a pressão em torno dos pepistas, que praticamente estavam nos braços de Ciro e agora pensam duas vezes depois de ameaçados de perder seus ministérios e cargos no governo. O mais engenhoso dessa operação é que Michel Temer e os planaltinos estão ajudando o candidato do PSDB e, ao mesmo tempo, mantendo o seu – Henrique Meirelles.
Ou seja, só os bônus, sem os ônus: Alckmin se beneficia do apoio dos aliados do Planalto sem o risco de ter que carregar Temer em seu palanque.
Se a manobra para criar um clima favorável ao ex-governador de São Paulo vai convencer de verdade os outros a se chegaram, ninguém sabe. Mas a maré melhorou um pouco para o tucano.