Não está sendo um bom final de ano para Geraldo Alckmin. Além das denúncias de cartel nas obras do metrô de SP nas administrações tucanas, e das alfinetadas de Henrique Meirelles e do Planalto – longe ainda de se render a uma aliança com ele -, seu principal opositor no PSDB está esquentando os tamborins. O prefeito de Manaus, Arthur Virgilio, não desiste de disputar com Alckmin prévias internas pela candidatura presidencial e está em campanha.
– Eu mantenho a minha candidatura porque é o único jeito de não deixar o nosso partido morrer de vez – diz Virgílio, que está negociando as regras da disputa interna.
Arthur Virgilio obteve esta semana duas vitórias junto à direção do partido: Alckmin vai participar de cinco debates pré-eleitorais com ele e o critério para escolha dos eleitores da prévia vai excluir os filiados ao PSDB há menos de um ano. Com isso, diz, elimina movimentos de filiações em massa promovidos pelo adversário mais poderoso, que são comuns nessas horas.
O prefeito de Manaus anuncia uma mudança radical de estratégia caso consiga bater o quase imbatível Alckmin – hoje presidente do partido – nas prévias e se tornar o candidato do PSDB: não quer saber de aliança com o PMDB.
– O PMDB pode colocar os dois pés dele onde quiser, desde que seja longe de nós – diz Arthur Virgilio, diante da possibilidade de o novo MDB querer ficar com um pé em cada candidatura em 2018 e depois negociar com o vencedor para entrar no governo.
Arthur Virgilio não vê a aliança com o PMDB como essencial ao PSDB nem mesmo para dar mais tempo de TV na campanha. Ele diz que se vira muito bem com três minutos por programa, e que pode garantir um tempo razoável em coligação com partidos menores como o PPS, o PHS e, quem sabe, até o PSB, que promete procurar se for o escolhido.
Ele vem acompanhando de perto as agruras da candidatura Alckmin e também tomou conhecimento esta semana de rumores sobre uma hipotética volta do prefeito João Doria ao radar da candidatura presidencial. E reage:
– O Dória tem que saber que não dá para ser ioiô, que vai e volta. Ele tem que saber o que quer da vida. Presidência da República não é algo que se coloca como uma oportunidade que passa na frente. É, como dizem, destino.