Ausência de Lula se faz presente

Foto: Orlando Brito

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está de fato rouco, segundo amigos. Mas vai ficar difícil convencer o público em geral de que foi esta a razão para sua ausência do palanque do Primeiro de Maio neste domingo. A impressão que dá, para a maioria das pessoas, é que o ex-presidente já jogou a toalha em relação ao impeachment e está em outra “vibe”.

Pode ser que sim, pode ser que não. Lula vai participar esta semana de outros eventos em que poderá falar contra o impeachment e mostrar que continua na luta. Terá oportunidade de confirmar ou desmentir os rumores.

Mas é inegável que o Primeiro de Maio foi programado pelo Planalto para ser uma data importante na luta contra o impeachment, com anúncios voltados para a base social petista – o reajuste do BolsaFamília – e para a classe média, como o reajuste da tabela do IR. Essa estratégia de Dilma Rousseff foi, inclusive, combinada com ele.

Por que então Lula não apareceu, nem que fosse para ficar ao lado de Dilma, sem discursar? Pode mesmo estar doente, desanimado, deprimido em razão de fatos que vão da derrocada do governo à delicada situação das acusações que sofre na Lava Jato. A defesa de Delcidio do Amaral, divulgada neste domingo, trouxe mais alegações contra ele.

Quem conhece bem o ex-presidente, porém, aponta outras possibilidades para justificar a ausência: convencido de que o governo chegou ao fim da linha, não interessaria mais a Lula essa foto. Vai continuar com o discurso do golpe e trabalhando para atrapalhar a provável ascensão de Michel Temer. Mas imagem é imagem. Colar-se à presidente prestes a ser afastada, com baixa popularidade, pode não ser bom para quem pretende lançar-se em campanha em breve.

 

 

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